No final de uma visita não-oficial aos Estados Unidos da América, o Presidente da República admitiu que os emigrantes têm razão nas queixas sobre o Português nos estabelecimentos de ensino norte-americanos, que considerou insuficiente.

Ao fazer um balanço da visita que terminou no passado sábado aos Estados Unidos, Cavaco Silva deu razão ao Conselho das Comunidades Portuguesas naquele país, no respeitante às queixas feitas na passada quinta-feira, numa reunião em Boston, sobre o ensino do Português nos EUA. À saída da reunião com Cavaco, os representantes do Conselho, entre várias críticas ao Governo, estranharam a “coincidência” da assinatura de um novo protocolo com o estado de Massachusetts, para a continuação do ensino da língua portuguesa nas escolas locais, apenas na véspera desta visita, quando o protocolo anterior caducara há cerca de um ano.

Confrontado com estas críticas, o secretário de Estado das Comunidades, António Braga, que acompanhou a vista de Cavaco Silva aos EUA, respondeu que a assinatura nesta ocasião fora coincidência, e justificou os atrasos com a transferência de competências do ensino do Português no estrangeiro, do Ministério da Educação para o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

“Ao longo do tempo as coisas não têm ido bem e, em resultado de reajustamentos em matéria de competências no ensino do Português no estrangeiro, ocorreram alguns atrasos, mas antes de partir para esta viagem assegurei-me que eram corrigidos, por isso foi possível assinar o acordo com o estado de Massachusetts”, explicou o Presidente da República. “Houve contactos, como é óbvio, entre o meu gabinete e dois ministérios, mas o próprio Governo estava empenhado em que este assunto fosse resolvido antes da minha viagem”, adiantou o Presidente, questionado sobre a sua intervenção neste caso.

Sobre a visita de quatro dias aos Estados Unidos, três dos quais dedicados a contactos com a comunidade portuguesa, Cavaco Silva disse que tentou “mobilizar portugueses, luso-descendentes e amigos de Portugal para olharem o nosso País, que é diferente do que conheceram há 20 ou 30 anos, e vê-lo como um país de oportunidades”.

Numa viagem em que passou ao lado da Casa Branca, Cavaco Silva justificou que George W. Bush, o presidente norte-americano – “que era a única pessoa com quem eu eventualmente podia encontrar-me” – não tinha o dia 20 disponível e esse era o dia em que o Chefe de Estado tinha de estar em Washington para inaugurar a exposição «Encompassing the Globe». “Decidi que viria independentemente de quaisquer contactos ao mais alto nível com a administração norte-americana”, declarou.

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Cooperação
Amigos de Portugal nos Estados Unidos

O Presidente da República reuniu-se na quinta-feira com o que se chamará «Grupo dos Amigos de Portugal em Massachusetts», constituído por americanos que se comprometem a divulgar Portugal nos Estados Unidos. “Tive oportunidade de falar com professores do MIT e da Escola Médica de Harvard, que têm protocolos de cooperação com universidades portuguesas, e ouvi os mais rasgados elogios a cientistas e professores que estão envolvidos na apresentação, em 2008, de um programa conjunto de pós-graduação com o MIT”, disse. Cavaco terá ainda aproveitado para promover a cooperação entre portugueses e americanos.



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