Passadeiras que obrigam os automobilistas a parar à aproximação de peões ou com pisos indicativos para cegos são algumas das soluções de um plano de mobilidade que a Câmara de Bragança está a preparar.
"Bragança sem barreiras" é o nome do programa que a Câmara de Bragança está a preparar e que o presidente, Hernâni Dias, descreveu hoje à Lusa como um investimento "para resolver os problemas da mobilidade, quer a pessoas com deficiência ou com mobilidade condicionada, quer também para cidadãos com menos capacidade de se poderem movimentar, nomeadamente os mais idosos".
A estimativa de investimento só será avançada depois de concluído o levantamento que começou a ser feito das necessidades de intervenção, segundo ainda o autarca, que aponta 2020 como o ano-limite para a concretização, tendo em conta que este programa faz parte do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, a executar com fundos comunitários até essa data.
O presidente da Câmara explicou à Lusa que está prevista a instalação de "passadeiras inteligentes que, em tempo real, detetam os peões e dão sinalização aos condutores para pararem", com um sinal luminoso vermelho.
O município já aplicou esta solução em dois locais movimentados da cidade junto ao hospital e à Escola Secundária Emídio Garcia e pretende replicar o modelo noutras zonas.
O programa contempla também a instalação nos passeios, de um piso diferente, a chamada sinalização tátil, para orientar os fluxos e direcionamento de percursos, por forma a os cegos poderem fazer um atravessamento de uma passadeira com a máxima segurança, segundo o autarca.
"O que nos interessa de facto é cada vez mais incentivarmos as pessoas a caminhar, a andarem de bicicleta para que consigamos também dar resposta àquilo que são as exigências da diminuição do transporte automóvel", enfatizou.
Hernâni Dias defendeu que este programa pretende que, também no que toca à mobilidade, "Bragança também nessa área estivesse muito de acordo com aquilo que é a estratégia da ecocidade, uma cidade amiga do ambiente".
"Há já equipas a trabalhar no terreno, [com] atenção essencial à zona histórica para fazer esse levantamento para que possamos fazer o trabalho de contabilização de custos, estimativa de custos para que depois possamos adjudicar essas obras", indicou.
Hernâni Dias acrescentou que o município está também a fazer outras intervenções para melhorar a mobilidade, nomeadamente a eliminação de obstáculos nos passeios e a substituição de pavimentos nas zonas pedonais da cidade.
O que a autarquia se propõe fazer na mobilidade é para o presidente o "exemplo de uma cidade inteligente".
"Uma cidade inteligente não é necessariamente aquela que só utiliza tecnologia, é aquela que utiliza formas e mecanismos de facilitar a vida ao cidadão e, neste caso concreto sem tecnologia, estamos a ser inteligentes, a cidade torna-se mais inteligente ao facilitar a vida a todos", sublinhou.
Lusa