A Comunidade Intermunicipal do Douro (CIMDOURO) exige, em carta hoje enviada ao Ministro do Planeamento, explicações urgentes a propósito da decisão incompreensível, prepotente e enganadora para com esta região de cancelar o projeto de eletrificação da Linha do Douro, no troço entre Marco de Canaveses e Régua, uma obra anunciada em 2017 pelo então Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e que deveria ficar concluída no final deste ano.
A CIM DOURO, que ficou a saber desta notícia pela Comunicação Social, não aceita que uma obra de tamanha importância para a região, do ponto de vista da mobilidade e da economia, seja agora adiada sem que as Infraestruturas de Portugal e o Governo se tenham dignado dar qualquer explicação às Autarquias, à CIM e à região.
A CIMDOURO repudia igualmente que estes concelhos, as suas gentes e esta região tenham sido novamente usados para folhetins de propaganda política quando aqui vieram prometer a obra e a mesma é agora cancelada e o seu contrato revogado. Não se compreende como é possível que uma obra anunciada publicamente pelo Governo e abundantemente noticiada em todos os órgãos de Comunicação, agora esteja a ser novamente notícia pelo seu cancelamento.
E também não se percebe como é possível um Governo interferir tão negativamente na estratégia da região do Douro. Isto porque, depois da garantia de que o troço da Linha do Douro entre o Marco de Canavezes e a Régua seria eletrificado, a CIM e dos seus municípios foram unânimes que a estratégia para a próxima década passaria pela inclusão da Linha do Douro no Portugal 2030 e, concretamente, na ligação a Barca de Alva e a Espanha. Ora, por essa razão, consideramos inaceitável este recuo e adiamento do futuro da nossa região.
A ser verdade tal notícia, trata-se de um enorme revés num projeto que, estando também incluído no programa Ferrovia 2020, deveria já estar concluído e a obra iniciada, tal com prometido várias vezes pelos vários governantes, inclusive pelo Sr. Primeiro Ministro, Dr. António Costa, que fez dela bandeira perante a Comunicação Social. Ora, este desfecho, a não ser revertido, é um duro golpe para o Interior de Portugal, que ouviu muito recentemente o Primeiro-Ministro de Portugal afirmar que tinha uma dívida para com o Interior. Assim, com atos como este, acaba sim com o Interior.
Este novo adiamento continuará a penalizar fortemente o território e a limitar a capacidade expansão da capacidade de utilização da Linha do Douro, para além de contribuir negativamente para a neutralidade carbónica que o Governo diz perseguir.
Considerando que a Linha do Douro é um recurso vital para esta região, a Comunidade Intermunicipal recusa que as suas gentes sejam penalizadas e os seus direitos novamente adiados, pelo que solicitou ao Sr. Ministro do Planeamento o agendamento urgente de uma reunião, tendo em vista obter as explicações que nos são devidas.
Foto: Dinis Cortes