A Comunidade Intermunicipal (CIM) das Terras de Trás-os-Montes anunciou hoje que está disponível para apoiar com um milhão de euros a realização de testes à covid-19 e nos lares da região.

As nove autarquias desta CIM decidiram “criar uma bolsa de cerca de um milhão de euros para combater os efeitos do Covid-19 no território” em que “a principal prioridade é traçar um plano dirigido, especialmente, aos utentes e funcionários dos lares da região”.

O plano de ação da CIM, que aguarda por orientações das autoridades de saúde, “passará pela aquisição dos testes, definição de locais para acolhimento das pessoas, reforço do projeto da bolsa de voluntários e possível recrutamento de profissionais com formação específica na área”.

“A CIM está disponível para apoiar financeiramente a realização de testes aos idosos institucionalizados e aos seus cuidadores, contribuindo assim para evitar a propagação de casos nos lares de terceira idade, apostando no isolamento e acompanhamento dos casos positivos, assegurando também as respostas necessárias aos negativos”, informa em comunicado.

A Comunidade Intermunicipal refere que “as Terras de Trás-os-Montes não foram contempladas na primeira fase do plano de medidas anunciado recentemente pelo Governo", concretamente os concelhos de Bragança, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Vila Flor, Alfândega da Fé, Vimioso, Vinhais, Mogadouro e Miranda do Douro.

“Para evitar situações limite no território”, a CIM “pretende “ver o plano a avançar de imediato” e adianta que já entrou em contacto com o Governo, com a Administração Regional de Saúde (ARS) Norte e com a Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste a pedir “esclarecimentos sobre as medidas que vão ser adotadas e prazos previstos para tal”.

Os autarcas indicam que nestes contactos demonstraram “total disponibilidade para colaborar no processo”, concretizando que “a CIM está disponível para apoiar financeiramente a realização de testes aos idosos institucionalizados e aos seus cuidadores”.

Desta forma quer contribuir “para evitar a propagação de casos nos lares de terceira idade, apostando no isolamento e acompanhamento dos casos positivos, assegurando também as respostas necessárias aos negativos”.

A mediada é considerada “fulcral para evitar a replicação de situações já vividas noutras zonas do país e acautelar a “falência” das respostas aos idosos institucionalizados, provocada também pela escassez de recursos humanos, que, dia após dias, com o avançar dos números da pandemia, são colocados em quarentena obrigatória”.

“Esta é também uma forma de diminuir a pressão sobre os hospitais, contribuindo simultaneamente para salvar vidas”, acrescenta.

Esta foi uma das principais conclusões divulgadas hoje da reunião extraordinária do Conselho Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes realizada no passado sábado através de videoconferência.

Na mesma reunião, os autarcas dos nove municípios “reconheceram a necessidade de criar um centro de diagnóstico no território, já que no distrito existe apenas um centro móvel de recolha, situado em Macedo de Cavaleiros, que dizem ser “insuficiente”.

Os autarcas “não compreendem porque é que a área abrangida pela ULS do Nordeste foi excluída deste processo” e reivindicam a instalação de um centro de diagnóstico para a covid-19 nesta região.

A CIM queixa-se de “discriminação negativa e marginalização de um território que pelas características da sua população é muito vulnerável a esta pandemia”.

A vulnerabilidade da população do território é também apontada para reiterar a contestação à suspensão da quarentena obrigatória para os emigrantes que entram na região.

“A CIM não entende a suspensão da medida” e continua a reivindicar também um controlo mais apertado nas fronteiras, nomeadamente a nível sanitário.

 



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