Foi entre rasgados elogios que chegou ao fim o 25.º Colóquio da Lusofonia, evento organizado pela Associação Internacional dos Colóquios da Lusofonia (AICL) e apoiado pela Câmara Municipal de Montalegre, Ecomuseu de Barroso e Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Vários dias de palestras com inúmeros convidados. Entre muitos, destaque para a presença do Nobel da Paz de 1996, D. Ximenes Belo.
Montalegre acolheu, ao longo de cinco dias, o 25.º Colóquio da Lusofonia, iniciativa patrocinada pela Câmara Municipal de Montalegre e com apoios da SATA, Governo Regional (Secretaria Regional da Cultura, Secretaria Regional das Comunidades, Secretaria Regional de Turismo, Direção Regional do Ambiente e Mar), UTAD e Tertúlia João Araújo Correia. Os convidados de honra foram o Prémio Nobel da Paz 1996, D. Ximenes Belo - que fez a apresentação do seu novo livro "Um missionário açoriano em Timor" editado com apoio AICL - e o dramaturgo Norberto Ávila, cuja vasta obra foi lembrada com a representação de uma peça de Álamo Oliveira.
TEMAS EM ANÁLISE
Desde a abertura, o colóquio abordou três temas genéricos: Lusofonia e Língua Portuguesa, Açorianidades e Tradutologia. Ao mesmo tempo, foi firmado um convénio com o Observatório da Língua Portuguesa. Com mais de sete dezenas de participantes, este colóquio teve várias sessões especiais: uma das três Academias de Letras; uma sessão dedicada à Academia Galega da Língua Portuguesa; uma da UTAD, uma dedicada a Bento da Cruz, outra da Tertúlia João Araújo Correia e duas da Açorianidade, para as quais foram selecionadas várias personalidades de vulto. A reboque - para além das sessões científicas – houve lugar a apresentações literárias de livros sobre Timor-Leste; três recitais de poesia; dois recitais do cancioneiro açoriano e de poetas açorianos, musicados pela maestrina Ana Paula Andrade, ao piano, acompanhada ao violino por Carolina Constância (Conservatório Regional de Ponta Delgada); Teatro da UTAD e atuações do Grupo de Cantares da Galiza "Terra Morena" (em homenagem ao 25 de abril); Gaiteiros, Rancho da Venda Nova e grupo Filarmonia.
SOCIEDADE DAS NAÇÕES
Falamos de um evento que juntou 17 regiões e vários países representados. A saber: Alemanha, Açores, Austrália, Bangladeche, Bélgica, Brasil, Canadá, França, Galiza, Goa, Índia, Itália, Luxemburgo, Malaca, Portugal, Macau, e Timor-Leste, incluindo 10 representantes de três academias de língua portuguesa e 13 universidades e politécnicos. Todas as sessões (palestras e sessões culturais) foram gratuitas e abertas ao público.
TEM A PALAVRA
Orlando Alves | Presidente da Câmara Municipal de Montalegre
«Foi um colóquio interessante e importante. Interessante porque é algo de novo na nossa terra e importante por ser algo peculiar que marca a passagem destes intelectuais por aqui. Impunha-se uma maior presença de montalegrenses. Faria sentido a presença dos nossos professores, por exemplo. Nesta fase em que ainda se discutem as reminiscências do acordo ortográfico, neste palco poderia discutir se está conforme ou não. Este era o palco ideal para se fazer essa abordagem. Fico satisfeito que os participantes tenham gostado de estar em Montalegre e que as palestras tenham decorrido na perfeição. Já foi aqui anunciado que entre 2019 e 2021 teremos aqui as jornadas, novamente. Foi um fim-de-semana culturalmente muito enriquecedor. Agradeço a todos os que estiveram presentes e à organização».
David Teixeira | Vice-presidente da Câmara Municipal de Montalegre
«Terminamos com "chave de ouro". Duas conclusões fizeram o resumo desta lusofonia e desta razão que nos une: a raia não existe, somos um só povo, com as mesmas preocupações, dificuldades e anseios e outra conclusão muito importante, sobretudo para a nossa juventude, é que o 25 de Abril continua a fazer sentido».
Fátima Fernandes | Vereadora da educação da Câmara Municipal de Montalegre
«Este evento só poderia ser um sucesso porque temos uma equipa fantástica. O meu reconhecimento a todos os funcionários que trabalharam para que este colóquio tivesse visibilidade e um resultado tão positivo. Estamos muito gratos e o facto de quererem regressar enche-nos de orgulho. É o reconhecimento do nosso trabalho e da maneira de sabermos receber. As comunicações foram maravilhosas. Foi muito enriquecedor. Temos todos muito a aprender sobre a nossa maior marca identitária que é a nossa língua».
Chrys Chrystello | Presidente da Direção da Associação Internacional dos Colóquios da Lusofonia (AICL)
«Nesta edição, os participantes não querem ir embora. Voltaremos a Montalegre o mais breve possível. Ainda sem data marcada para o regresso, mas será entre 2019 e 2021. Fomos surpreendidos pela positiva e em todos os aspetos. Pela hospitalidade, pelas caras bonitas e sorridentes que vimos nas ruas e locais onde estivemos, pela gentileza das pessoas que estiveram connosco. Sentimo-nos em casa. Sinto que este lugar pode ser a minha casa permanente. Foi um sucesso!».
Gorete Carneiro | Ecomuseu de Barroso
«É um balanço muito positivo para Montalegre, para o Ecomuseu de Barroso e para o município. Eles gostaram de estar cá e pretendem voltar porque foram bem recebidos».
Concha Rousia | Academia Galega da Língua Portuguesa
«Montalegre é a capital da minha terra. Este coloquio é a confirmação de que a minha terra nos acolhe da melhor maneira possível. Regresso como académica em vez de criança, que acompanhava o meu pai à feira dos santos. Ver este local como capital da nossa língua comum é maravilhoso».
Malaca Casteleiro | Professor da Academia das Ciências de Lisboa (ACL)
«Foi um sucesso. Foi dos melhores colóquios que já tivemos, com uma receção magnífica. A sessão comemorativa do 25 de Abril foi excecional. Fiquei encantado com esta terra, do ponto de vista cultural, paisagístico, arquitetónico, com um castelo magnífico. Foi um prazer estarmos aqui».
CMM