O município de Alfândega da Fé iniciou o processo para elevar a monumento com classificação de imóvel de interesse municipal a Casa do Adro, um edifício ligado à história deste concelho do distrito de Bragança, anunciou hoje a câmara.

A decisão da classificação cabe à câmara municipal que necessita de um parecer do Ministério da Cultura, como informou a autarquia que terá o prazo de um ano para concluir o processo.

Paralelamente, a autarquia transmontana tem já a decorrer um concurso para reabilitação do edifício e reconversão do mesmo num espaço museológico e cultural, para dessa forma ser salvaguardada e valorizada a memória histórica deste espaço.

Com o início do processo de classificação é também criada um zona geral de proteção do imóvel “também conhecido como a Casa do Arcebispo D. José de Moura, por ter sido morada de família deste ilustre alfandeguense no início do século XIX”, segundo o município.

A Casa do Adro fica situada no largo com o mesmo nome, junto à igreja matriz, e a autarquia destaca a ligação do imóvel à história local.

“Foi propriedade de famílias abastadas e importantes do concelho e, por esse motivo, constitui o suporte físico das memórias associadas a figuras notáveis do concelho, como é o caso do Arcebispo D. José de Moura”, refere uma nota do município.

José Joaquim de Azevedo e Moura nasceu em Alfândega da Fé a 18 de outubro de 1794 e seguiu a carreira eclesiástica. Ocupou vários cargos importantes nesta área, nomeadamente deão do Cabido da Sé de Braga e bispo de Viseu e Arcebispo de Braga Primaz das Hespanhas.

Teve também uma curta participação como Ministro dos Assuntos Eclesiásticos e da justiça em 1848, durante o 17.º Governo da Monarquia Constitucional.

A Casa do Adro teve ao longo dos tempos vários usos, como estação telégrafo-postal da vila de Alfândega da Fé, nos finais do século XIX, e residência do médico-municipal Carlos Augusto de Ataíde Figueiredo Sarmento.

“A sua traça arquitetónica simples, sem elementos decorativos, é uma das características das casas denominadas de 'ricas', que se construíram na zona antiga da malha urbana da vila entre os séculos XVIII e XIX”, explica a autarquia.

Este edifício assegurou, ainda segundo o município, “ao longo do tempo um papel fulcral na malha urbana desta localidade, conformando o Largo do Adro, local que foi o centro comunitário da vila de Alfândega da Fé”.



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