A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) reclamou hoje uma “pronta e eficaz” ação do Ministério da Agricultura para ajudar os agricultores afetados pela chuva intensa e queda de granizo em Valpaços, Mirandela e Macedo de Cavaleiros.

“Perante a forte intempérie que se abateu no sábado sobre a região de Trás-os-Montes, deixando um rasto de destruição no setor agrícola, a CNA reclama uma pronta e eficaz ação do Ministério da Agricultura no apoio aos agricultores afetados”, disse esta organização em comunicado.

A intensa chuva, acompanhada de granizo e vento, atingiu vinhas por vindimar, árvores de fruto e hortícolas nos concelhos de Valpaços, distrito de Vila Real, e Mirandela e Macedo de Cavaleiros, distrito de Bragança.

“Causando perdas de produção que, nalguns casos, foram totais e milhares de euros de prejuízos. No olival, a maior parte da azeitona foi para o chão, agravando as dificuldades dos produtores de azeite, que já no ano passado viram a sua produção reduzida pelo efeito da seca”, detalhou.

Mostrando-se solidária com os produtores afetados, a CNA, juntamente com as suas associadas, reclamou ao Ministério da Agricultura o “rápido levantamento dos prejuízos junto dos agricultores, a simplificação dos processos administrativos e que as indemnizações e os apoios se concretizem e cheguem rapidamente aos produtores”.

“Numa situação em que os agricultores estão financeiramente fragilizados por vários fatores, como os elevados custos de produção e pelos efeitos da seca prolongada, o Ministério da Agricultura não pode continuar a arrastar-se atrás do prejuízo e tem de ser célere na decisão e execução de medidas de apoio”, defendeu.

Para a CNA, não se admite que se repitam incessantemente situações em que os produtores tarde ou nunca recebem as indemnizações devidas, como acontece, por exemplo, com os lesados pelos incêndios do ano passado na Serra da Estrela, que ainda continuam à espera dos apoios.

E, segundo a organização de defesa dos agricultores, o Ministério da Agricultura “continua sem implementar as prometidas ajudas para compensar os efeitos da seca e o apoio de 50 euros para os pequenos agricultores, ao abrigo do chamado acordo ‘IVA Zero’ e assumido pelo Governo, não saiu dos gabinetes do ministério”.

A CNA alertou que “o aumento da frequência e intensidade de fenómenos extremos exige soluções de médio e longo prazos para a estabilidade produtiva e financeira dos produtores”.

“É cada vez mais evidente a justeza da reclamação da CNA e filiadas pela concretização de Seguros Agrícolas Públicos, adequados à realidade das produções e da agricultura familiar, já que os existentes não são adequados à maioria dos agricultores”, defendeu.



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