Comerciantes de restauração participam em apanhas de cogumelos para conhecerem melhor frutificações.
Os cogumelos do Alto Tâmega estão cada vez mais a ser presença regular nas ementas de restaurantes. Nem todos são comestíveis e todos os anos existem casos de envenenamentos. Foi com base nisso que em Vila Pouca de Aguiar se realizou, com especialistas na matéria, uma apanha de cogumelos. Empresários da restauração vindos do Porto, Braga e Vila Real participaram na apanha em Souto, freguesia de Telões, promovida pela Aguiarfloresta para aprofundar as relações comerciais.
Os preços chegam a ser assustadores, e, só para que se tenha um exemplo, em Chaves, na feira semanal, uma malga de tortulhos, ou níscaros (noutras zonas do País conhecidos como míscaros) custa dez euros. Na restauração, a acompanhar coelho, frango, ou qualquer outra peça de caça, os cogumelos do monte são muito procurados, e existem até restaurantes que têm funcionários todo o dia a apanhar cogumelos.
A acção de charme e pedagogia permitiu que se realizasse uma aula ao ar livre com as pessoas a procurarem cogumelos para depois serem classificados e, mais tarde, saboreados. Nesta actividade, foi possível ver, apalpar e conhecer diferentes tipos de cogumelos comestíveis e não comestíveis, sustentados nos livros de campo e nos pareces de especialistas presentes.
O cenário de proximidade à Feira Gastronómica de Vila Pouca de Aguiar, que se realiza a 13 e 14 deste mês, foi ali bem visível, dado que, além dos cogumelos, que são cabeças de cartaz, se viram soutos recheados e cabritos de um extenso rebanho em que o próprio pastor também vai aos níscaros.
Amorim Caracol é um dos locais que passam muitos dias a apanhar cogumelos e conhece na perfeição todas as espécies comestíveis. Garante que este é um ano em grande. \"Depois de um Verão tão seco, as primeiras chuvas fazem sair os cogumelos, mas é preciso ter muito cuidado com o que se apanha. Os mais fáceis e que não tem de enganar são os tortulhos, tem uma cor amarelada e um chapéu ondulado e como esses não existem outros\", adiantou ao DN enquanto se debruçava para apanhar mais uma sancha. \"Estes são mais complicados é tem de se ser conhecedor, pois existem uns muito parecidos mas que são venenosos.\"
\"Ainda existe por aí muita gente que os arranca com a sachola, mas isso não se faz. Devem ser cortados e limpos no próprio local\", explicou enquanto mostrava um níscaro com mais de um quilo, exactamente 1280 gramas. \"Por este não falta quem dê bom dinheiro\", explica.