A colheita na vindima deste ano da Região Demarcada do Douro foi de 225.557 pipas de vinho, o que representa um acréscimo de 6,9% relativamente a 2016 mas é inferior ao previsto no início do último verão.

Os resultados da vindima de 2017 foram divulgados hoje pelo Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), sediado no Peso do Régua.

De acordo com o instituto público, os produtores da mais antiga região demarcada do mundo declararam este ano uma produção de 255.557 pipas de vinho (550 litros cada pipa).

Comparativamente com o ano passado, o Douro produziu mais 6,9% pipas de vinho.

No entanto, 2016 foi considerado um ano atípico, com uma quebra de produção acentuada devido aos ataques de míldio e ao granizo.

A média da colheita nos últimos dez anos é 229.930 pipas.

A produção aumentou este ano no Douro, mas não aumentou tanto como inicialmente se previa devido ao tempo quente e seco.

A Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID) revelou, em julho, que as estimativas de produção, baseadas no método de pólen, apontavam para uma produção entre as 266.000 e as 288.000 pipas de vinho. Comparativamente com o ano passado este aumento estimado rondava entre os 26 e os 36%.

Num balanço sobre o ano vitícola 2016/2017, a ADVID referiu que este se caracterizou "por ser um ano extremamente seco e quente".

De acordo com a associação, a evolução das condições climáticas "contribuiu para um adianto significativo do ciclo vegetativo, fazendo com que esta tenha sido uma das vindimas mais precoces de que há memória, com início em meados de agosto, cerca de três semanas mais cedo que o verificado geralmente na Região Demarcada do Douro".

A ausência prolongada de precipitação e a ocorrência de temperaturas muito elevadas conduziram a "um forte stresse hídrico, térmico e luminoso, numa fase precoce do ciclo, condicionando a evolução da parede de vegetação da videira e tendo tido um impacto na produção, nomeadamente pela desidratação ocorrida nos cachos".

Assim, segundo a ADVID, as "expectativas iniciais de grandes aumentos de produção face a 2016 não se concretizaram, pelas condições climáticas que influenciaram de sobremaneira a colheita".

No entanto, acrescentou, do ponto de vista fitossanitário, os cachos apresentavam-se, de uma forma geral, "excecionalmente sãos".

A restrição hídrica e as temperaturas elevadas que se fizeram sentir durante o período de maturação conduziram a um aumento da concentração de açúcar num curto espaço de tempo, o que levou a que houvesse a necessidade de se vindimar com maior celeridade.

Segundo a ADVID, a "colheita oportuna proporcionou mostos de grande qualidade, com bons níveis de açúcar e compostos fenólicos".

O benefício, a quantidade de mosto que cada produtor pode transformar em vinho do Porto, tem vindo a crescer de forma constante desde 2011.

O conselho interprofissional do IVDP fixou este ano o benefício em 118.000 pipas de mosto que, depois da adição de aguardente vínica, se traduzirá numa produção total de vinho do Porto de cerca de 147.000 pipas.



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