O presidente da Confederação Hidrografica do Douro (Espanha) afirmou hoje que o novo Plano Hidrográfico do Douro estará concluído «no final de 2012, início de 2013» e não prevê qualquer redução dos caudais do rio para Portugal.
«Estamos agora a desenvolver o plano hidrológico, que só terá validade até 2015 e que deverá estar concluído no final de 2012 ou início de 2013», disse à Lusa José Valín Alonso.
Trata-se de um plano a cinco anos -- «como está definido nas diretrizes» -- mas que, neste caso, está a ser preparado «com ligeiro atraso» pelo que, quando seja eventualmente aprovado apenas terá validade até 2015.
«A redação definitiva do plano não está concluída. Há algumas propostas, já se recolheram propostas na fase de informação pública, bem como alegações, mas o texto final só esperamos ter concluído no mínimo no final deste ano», disse.
Questionado pela Lusa sobre referências a uma alegada redução de 14 por cento das afluências provenientes de Espanha, entre 2015 e 2027, por via de aumentos dos regadios -- como indica um relatório da Administração da Região Hidrográfica do Norte, Alonso disse não entender esses valores e calendário.
«As previsões não são, em absoluto, de uma diminuição de 14 por cento. E não sei de onde vem a referência a 2027 porque falar de algo como 2027 não entra no âmbito temporal de planificação», afirmou.
Alonso explicou que o plano hidrológico que está a ser preparado poderá conter algumas alterações no que toca a regadios, com um eventual aumento no número de regadios a ser compensado «pela redução do consumo por hectare dadas as novas técnicas» de rega.
«Mas esse valor de 14 por cento é impossível. E não há qualquer dado neste momento, porque o texto definitivo ainda terá que ser concluído», afirmou.
A referência aos 14 por cento é feita no relatório «não técnico» do «Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Douro-RH3» -- preparado para «efeitos de participação pública», datado de setembro de 2011 e disponível na página das Regiões Hidrográficas do Norte (RHN).
Esse documento faz um diagnóstico sobre as «questões significativas da gestão da água», analisando tanto parâmetros de qualidade como de quantidade de água e em que detalha, entre outras questões, aspetos relacionados com «afluências de Espanha».
«Redução de 14% das afluências provenientes de Espanha, entre 2015 e 2027, por via do aumento dos regadios» e «Excesso de captação de água subterrânea na zona central da bacia hidrográfica do Douro«, são duas das questões referidas.
O texto refere ainda a «taxa de utilização dos recursos hídricos na parte espanhola da região hidrográfica do Douro perto do limite considerado como internacionalmente aceitável» e considera que a «atividade mais afetada» será a «produção hidroelétrica da cascata do Douro».