O novo comandante distrital da PSP de Vila Real, Mário Pereira, alertou hoje para a “necessidade urgente” de aumentar os recursos humanos no comando transmontano, que perdeu 20% do efetivo policial desde 2013.

“Não posso deixar de demonstrar uma profunda e leal preocupação relacionada com o recurso mais valioso da instituição, as pessoas. Neste âmbito, urge investir em duas dimensões, por um lado melhorar as condições de trabalho e, por outro lado, na necessidade urgente de aumentar os recursos humanos deste comando”, afirmou o superintende Mário Pereira, que assumiu recentemente o comando da PSP de Vila Real.

O responsável falava durante as comemorações do 139º aniversário do Comando Distrital. “Assistimos nas últimas décadas a um exponencial aumento de atividades culturais, desportivas, sociais, entre outras, ao mesmo tempo que, em sentido inverso, temos assistido a uma redução galopante do efetivo policial”, referiu.

E, acrescentou, "da conjugação destas duas variáveis constata-se que, quanto mais a sociedade clama pela presença policial, menos polícias estão disponíveis para responder a este apelo”.

“A título de exemplo, de 2013 para a atualidade, este comando perdeu 49 profissionais, que representam 20% do efetivo total do comando”, sustentou. Neste momento, há cerca de 200 polícias no distrito. Mário Pereira salientou que, “face à realidade hoje vivida, o efetivo do Comando de Vila Real tudo tem feito para garantir o desempenho da sua missão com competência e determinação ao serviço da causa pública”.

Aos jornalistas, o comandante disse ter como objetivo “contrariar uma tendência que se vem registando nos últimos anos”. “Apesar de sermos um dos países mais seguros do mundo, as pessoas reiteradamente sentem-se inseguras e há aqui uma desconexão entre uma realidade, que é uma segurança efetiva, e um sentimento de insegurança que as pessoas sentem. Acho que um grande caminho que temos que trabalhar”, frisou.

Na área do Comando de Vila Real disse que pretende implementar “fundamentalmente visibilidade policial”. Na cerimónia de aniversário, retomada dois anos depois devido à pandemia de covid-19, Mário Pereira aproveitou para fazer um balanço da atividade delituosa na área de intervenção desta polícia, que corresponde às cidades de Vila Real e Chaves, onde residem cerca de 80 mil habitantes

. “Considerando a criminalidade denunciada, constata-se que a criminalidade geral apresenta uma tendência para subir, a criminalidade violenta e grave regista igualmente uma propensão para crescer e os crimes de proatividade policial mantêm também uma disposição para aumentar”, apontou.

Ao nível da criminalidade geral, e comparando os anos de 2021 com 2020, ano caracterizado pela pandemia, constata-se “um aumento de 1,6%”. “Analisando o primeiro trimestre deste ano com o ano anterior, verificámos que esta tendência se mantém.

Por sua vez, a criminalidade violenta e grave apresenta um crescimento de 25% e, no quadro geral dos crimes, a criminalidade violenta e grave representa 4% do total da criminalidade que o comando tem”, referiu.

O comandante acrescentou ainda que os “crimes de proatividade policial revelam um incremento de 2,6% face ao ano anterior”. “Não é preocupante, está em linha com uma tendência nacional, mas não é o ano mais próprio para comparar a criminalidade”, disse, referindo-se ao período de pandemia e de confinamentos.

Em matéria de armas e explosivos, a PSP realizou 99 fiscalizações a armeiros e a nove locais de consumo de explosivos, das quais resultaram o levantamento de 15 autos de notícia por contraordenação. Foram entregues voluntariamente, em 2021, 550 armas de fogo e foram declaradas perdidas a favor do Estado 794 armas de fogo, que se encontram à guarda daquele comando.

Está prevista a construção de um novo edifício para albergar o comando distrital da PSP, no âmbito de um protocolo assinado entre a Câmara de Vila Real e o Ministério da Administração Interna.

Há vários anos que a PSP de Vila Real anseia por instalações de raiz, estando o Comando Distrital a funcionar nos baixos de um edifício habitacional na Almodena e a esquadra no edifício do Ex-Governo Civil.


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