O comandante da PSP de Vila Real, Viola Silva, já transformou esta força de segurança na cidade de Vila Real. Agora prepara-se para fazer o mesmo com a PSP de Chaves. Além dos projectos para a melhoria da actuação desta polícia, Viola Silva espera com alguma ansiedade pela conclusão das novas instalações da PSP de Vila Real.

Em Novembro de 2000 surgiu no Comando da PSP de Vila Real um \"furacão\" de nome Viola Silva. Mal chegou àquele comando, as transformações fizeram-se logo sentir. O facto de ter no seu currículo uma vasta experiência nas vertentes operacionais em alguns locais \"complicados\" do país levou a que tivesse uma visão específica quanto ao papel da PSP.

O primeiro passo do comandante da divisão da PSP do distrito foi retirar pessoal da secretaria e colocá-lo na rua. Era notória a falta de polícias nas ruas da cidade, e como \"é importante para o cidadão ver a polícia nas ruas, levando-o a sentir-se mais seguro\", fecharam-se as oficinas da PSP e acabaram-se com as sentinelas.

Segundo Viola Silva, \"a parte operacional é o centro da polícia\". Por esse motivo, \"a burocracia fica para segundo plano\". Esta estratégia já foi posta em prática em Lamego, obtendo resultados positivos e satisfazendo a população local com a actuação da PSP. Em Vila Real, este esquema foi de imediato notado, com a presença constante de elementos da PSP nas ruas da cidade e em cruzamentos mais problemáticos, especialmente nas horas de ponta.

\"As pessoas sentem-se mais seguras quando vêem os polícias\", explica o comandante, e é exactamente fazer as pessoas sentirem-se seguras que Viola Silva e a sua equipa pretendem. Agora que a PSP de Vila Real já se encontra organizada, o próximo passo é fazer o mesmo com a PSP de Chaves, com a cooperação do comandante da esquadra local. Apesar da criminalidade naquela cidade ter diminuído no ano passado cerca de nove por cento, chegaram ao comandante queixas da população de Chaves, pelo facto de não se verem polícias nas ruas da cidade. Mas Viola Silva já pÎs \"mãos à obra\" e encontra-se neste momento a transformar a organização da PSP de Chaves, como fez em Vila Real e anteriormente em Lamego.

O inimigo número um desta estratégia é a falta de efectivos, que têm vindo a diminuir de dia para dia. Até Setembro, o Comando da PSP de Vila Real irá perder 10 por cento do seu efectivo. Esta situação está a chegar a um ponto tão crítico que o comandante já se viu obrigado a comunicar à autarquia local e ao governador civil que este Comando necessita, o mais rapidamente possível, de mais efectivos.

PSP sob vigilância

O Comandante Viola Silva acredita que se \"pode sempre fazer melhor\" e, por isso, está sempre à procura de algo que possa \"melhorar e facilitar a actuação da polícia\". Neste momento, o comandante e a sua equipa encontram-se a estudar um projecto inédito em Portugal que, caso dê certo, poderá revolucionar a PSP, não só no distrito como em todo o país. Trata-se de um sistema de vigilância conhecido por GPS (Global Position System) que servirá, como explicou Viola Silva, \"para responder mais depressa aos anseios das populações\".

Esta ideia surgiu aquando de um acidente na Timpeira, em Vila Real, e no qual o comandante, após ter chegado ao local, se apercebeu de que o carro patrulha demorou muito a chegar ali porque se encontrava longe, havendo no entanto outro carro mais perto daquele local, mas sem que se soubesse. Gerir melhor esta situação, levando a que o carro que se encontre mais perto do local do acontecimento se desloque até lá e não outro que possa estar mais afastado, é o que o comandante pretende com este projecto.

Os carros estarão equipados com um rádio que os localizará num mapa. Desta forma, na esquadra, os agentes saberão qual o carro que deverá deslocar-se até ao local da ocorrência. O ponto negativo deste projecto poderá estar no facto dos efectivos da PSP poderem vir a sentir-se \"controlados\" pelos seus superiores, já que estes saberão sempre por onde andam as viaturas da polícia e, em consequência, os elementos da PSP de serviço. Contudo, Viola Silva diz que \"estamos aqui para trabalhar e se os polícias estiverem a cumprir o seu dever não têm porque se sentir controlados\". Para além disso, este esquema poderá servir de protecção para os próprios elementos da PSP, em caso de perigo.

Este sistema de GPS já foi testado no terreno com um dos carros e o resultado foi positivo. No entanto, segundo o comandante, \"ainda há muito para testar\". \"Este meio só será utilizado quando estiver a funcionar a cem por cento\" e caso se chegue à conclusão que é realmente eficaz, explica o comandante .

As mais altas patentes desta força de segurança estão expectantes em relação a este projecto e, \"se isto der certo, irá espalhar-se por todo o país\", garante Viola Silva, \"porque é algo baratíssimo e, se for eficaz, é positivo\".

Nova esquadra

A vigilância dos carros por GPS é apenas uma das medidas levadas a cabo pelo comandante Viola Silva. Os bloqueadores, outra medida sua, estão a ter sucesso no controlo ao estacionamento abusivo, e o trabalho efectuado pela Escola Segura tem recebido os maiores elogios por parte das escolas do distrito.

Mas, na opinião do comandante, as instalações \"terceiro-mundistas\" em que a PSP labora actualmente \"não têm a mínima dignidade para receber pessoas\". Por isso, a conclusão das obras da nova esquadra da PSP de Vila Real é muito esperada, tanto pelo comandante como por todo o efectivo desta polícia. O novo espaço, que se encontra em construção e que custará 30 mil contos (financiados em 50 por cento pela autarquia local e 50 por cento pela PSP), será finalmente \"um espaço digno\" para a PSP de Vila Real.

A esquadra de Chaves, apesar de estar em boas condições, encontra-se \"mal dividida em termos de estrutura\". Por isso, também sofrerá remodelações a curto prazo. Segundo o comandante, a PSP já recebeu o apoio da Câmara Municipal de Chaves para esta obra.

\"Temos que nos preocupar com o que está lá fora: a população\", explica Viola Silva. E é a pensar nos cidadãos que ele e a sua equipa se empenham em projectos para melhorar a performance da polícia. Até porque \"são eles quem melhor nos julgam\". Por esse motivo, o comandante salienta que a PSP e os seus efectivos estão \"sempre abertos e receptivos a críticas e sugestões vindas dos cidadãos\".



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