O mínimo que se pode dizer é que é "lamentável" toda a situação que está a agitar as águas do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP). Lamentável em todos os seus aspectos. E o mais grave é que chega a parecer que é o próprio Governo a não pôr em prática os parâmetros da sua própria Lei. Que quer "matar a criancinha... que ainda mal gatinha".
Há dias, o inefável Governo do não menos inefável António Guterres, agora com um "bom homem" na secretaria de Estado das comunidades, definiu círculos eleitorais, alterou a dimensão e distribuição do que considera as comunidades portuguesas, fazendo uma mexerufada que desvirtua tudo e todos. E de tal forma o fez que surgiram protestos de toda a parte. É que, com a nova distribuição "decretada" pela Secretaria de Estado do tal "homem bom", a França passaria a sensivelmente metade dos 100 membros do CCP (48), enquanto o Brasil desceria de 25 para 11 mandatos, verificando-se também quebras relativamente ao Canadá (de 11 para 6), Estados Unidos (10 para 6), Venezuela (8 para 5) e África do Sul (12 para 4).
E como em política "o que parece... é", parecia haver um nítido favorecimento da Europa. A jeito de discriminação, que não tardou a ser criticada. Tudo o que se fez foi, de facto, "em cima do joelho", sem qualidade, "só para emigrante ver". O Governo teve, pelo menos, quatro anos para alterar a lei e vai ter de o fazer agora "à pressão". E já se ouvem vozes, segundo as quais se trata, agora, de "uma jogada política que pretende desacreditar e destruir o CCP". Manuel Beja, da Suiça, di-lo concretamente, insistindo em não saber "se Portugal é uma república das bananas ou se são uns bananas que andam a governar Portugal". Talvez não haja grande diferença...
Agora, com o processo eleitoral interrompido - designadamente a actualização dos cadernos eleitorais - vai ter de se "esperar para ver". A tal actualização terminaria a 26 de Setembro e a apresentação de candidaturas, que se iniciara a 17 de Setembro terminaria a 1 de Outubro. E agora?
Tudo, tudo... em defesa das comunidades. Por favor, não defendam tanto... É melhor deixar andar!