Uma alegada rede de 22 pessoas, acusada de introduzir droga na cadeia de Izeda, começou hoje a ser julgada no Tribunal de Bragança, rodeada de medidas de segurança e numa sala apinhada devido ao número de intervenientes.

No banco dos réus estão reclusos e familiares indiciados por, durante dois anos, entre 2015 e 2017, terem montado uma rede para adquirir droga no exterior e levá-la para o Estabelecimento Prisional de Izeda, para aí ser comercializada.

Os arguidos, 14 homens e oito mulheres, respondem pelos crimes de associação criminosa, tráfico e outras atividades ilícitas agravado, branqueamento de capitais e detenção ilegal de arma.

O julgamento começou com uma hora de atraso devido às diligências necessárias para acomodar na sala arguidos, advogados e forças de seguranças.

A maioria dos acusados é da zona do Grande Porto, e outros da região de Bragança, e têm idades entre os 26 e os 68 anos.

O Ministério Público encontrou indícios de que “de finais de 2015 a outubro de 2017, quatro arguidos, à data dos factos reclusos no estabelecimento prisional de Izeda, organizaram uma estrutura humana e logística, de que faziam parte outros reclusos e familiares destes”.

O motivo desta rede seria “a aquisição de canábis, heroína e cocaína no exterior, seu transporte e introdução no estabelecimento prisional, para aí ser comercializado”.

De acordo com a acusação, a droga seria introduzida na cadeia “por ocasião das visitas, acondicionada nos genitais de arguidas familiares de arguidos reclusos ou com a colaboração de um arguido que desempenhava funções num balcão exterior ao estabelecimento prisional”.

“Para receberem os pagamentos relativos às vendas de produto estupefaciente que comercializavam no interior do estabelecimento comercial, os arguidos utilizavam contas bancárias tituladas por outras pessoas, seis delas arguidas no processo”, ainda de acordo com a acusação.

O julgamento já tem sessões marcadas até maio.



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