A Comissão Distrital de proteção Civil (CDPC) de Vila Real reclamou ao Ministério da Administração Interna um reforço de vigilância e fiscalização no terreno por causa do “aumento significativo” de ignições que se tem verificado no distrito.
“Está a haver um número maior do que o normal de ignições. Os locais onde têm sido ateados os fogos têm sido de difícil acesso e sinto que os nossos operacionais estão esgotados e têm sido, infelizmente, incêndios de alguma dimensão. Estão constantemente a ser mobilizados para um fogo e para o outro, o esforço tem sido enorme e não têm tido tempo de descanso”, afirmou hoje à agência Lusa o presidente da CDPC e da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga.
Na quinta-feira contabilizaram-se nove ignições durante a tarde no distrito de Vila Real, destacando-se os incêndios em Alijó e Sabrosa, que mobilizaram mais meios e ainda estão, esta manhã, em resolução, ações de rescaldo e vigilância. Estas ocorrência mobilizaram perto de 400 operacionais, 100 viaturas e oito meios aéreos.
Fernando Queiroga disse que demonstrou junto do ministro da Administração Interna e do presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) a sua preocupação relativamente ao “aumento significativo do número de ignições” nas últimas semanas, no distrito , e que reclamou um reforço de “equipas e ações de vigilância neste território”.
O autarca pediu “o envolvimento de um maior número de militares da GNR, assim como de profissionais da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), no patrulhamento e vigilância das florestas, de forma a evitar situações difíceis e males maiores”.
Fernando Queiroga questionou o que “uma estrutura como a AGIF faz” e acrescentou que “não se vê, ninguém sabe o que é que faz, mas sabe-se que existe”.
“É preciso autoridade na floresta. Não é só decretar os estados de alerta. E depois? Pedia aos agentes da autoridade que fiscalizem e que vão mais para o meio da floresta, porque isso também servia de pedagogia”, salientou.
Na sua opinião, “a batalha contra o flagelo dos incêndios rurais depende sobretudo da prevenção e da realização de ações de vigilância permanentes, caso contrário, corre-se o risco de estar a descurar a proteção da floresta”.
Fernando Queiroga disse que este ano há uma grande “camada combustível” nos matos e floresta, e o vento forte “faz projeções imensas”, o que por vezes torna quase “impossível o combate direto”.
O autarca reforçou que “o elevado número de ignições, muitas delas em simultâneo, além de obrigar a uma dispersão de meios no terreno, provoca um grande desgaste físico nos operacionais envolvidos no combate aos incêndios, o que acarreta graves consequências para a segurança das populações, dos seus bens e do meio ambiente”.
O incêndio que deflagrou pelas 12:00 de quinta-feira, em Alijó, entrou em fase de resolução pelas 06:00 de hoje e, pelas 10:30, permaneciam no local 174 operacionais, 52 viaturas e um meio aéreo.
O distrito de Vila Real está em estado de alerta especial de nível vermelho.