Francisco Melo promete recuperar o "estilo político" de Alexandre Chaves. Leia-se popular. Objectivos, apenas um: recuperar a Câmara já nas próximas eleições.

Altamiro Claro tem uma meta diferente: "O que está em jogo é a vida interna do partido", afirma. Garantida por parte de ambos está uma "cerrada" oposição ao PSD, a quem acusam de estar a fazer uma gestão "desastrosa".

Hoje, ao final da tarde, vai ter lugar a eleição do presidente da Comissão Política Concelhia de Chaves do PS, até agora liderada por Luís Fontes, vereador da cultura do anterior executivo.

Vão apresentar-se a sufrágio duas listas. Uma, sob o mote "Organizar para vencer", é liderada por Altamiro Claro, ex-presidente da Câmara. Por isso, dispensa apresentações. A outra, "Recuperar a confiança", é encabeçada por Francisco Melo, tendo Luís Fontes como número dois. Francisco Melo era chefe de gabinete de Altamiro Claro. Tem 33 anos e é licenciado em Geografia, estando, actualmente, ligado à escola Júlio Martins. Mas, dois dias por semana, desloca-se à Faculdade de Letras do Porto, onde também lecciona. Em termos políticos, o candidato já passou pela JS, pela comissão e pelo secretariado distrital do PS

O facto de existirem duas listas é, na opinião dos dois candidatos, um ponto "positivo", e "não quer dizer que haja divergências". Para Altamiro Claro, "é uma forma de iniciar a nova dinâmica" que quer imprimir ao partido. E para Francisco Melo acaba por ser uma maneira de "aumentar o empenho e a mobilização dos militantes". Só para a constituição das listas foram necessários mais de 70 elementos. "Entusiasmamo-nos uns aos outros", defende Francisco Melo, que, na moção que vai apresentar, diz tratar-se de optar por uma lista "recauchutada" (a de Altamiro) ou por uma lista "com novos protagonistas" (a dele).

Porém, tanto um como outro fazem questão de realçar o facto de as suas relações serem "óptimas" e de a lista que sair vencedora ter, necessariamente, de incorporar a percentagem correspondente aos votos da outra lista, uma vez que o método de eleição é o de Hondt. Por isso, garantem estar dispostos a "trabalhar juntos".

As diferenças

No entanto, há diferenças visíveis no discursos dos dois candidatos.

Altamiro Claro diz ter avançado com a candidatura por ter "disponibilidade", pelo facto de estar reformado do ensino, mas também porque "sente" que tem o "dever de dar mais algo ao PS, principalmente nos próximos dois anos, altura em que não se joga nada [eleições]".

Se ganhar, o ex-presidente da Câmara vai orientar a sua actuação para o partido. Isto porque considera que, nos últimos anos, o PS, em Chaves, "viveu fechado sobre si próprio" e que "não existiu debate interno, nem se dinamizou a vida interna do partido". E acrescenta: o "PS em Chaves deixou-se absorver pela actividade autárquica" e "nos últimos actos eleitorais sentiu a falta da força organizativa e mobilizadora". Altamiro Claro pretende, por isso, "dinamizar" o acto de refiliação de militantes, "lançar uma campanha de novas adesões" e "modernizar o modelo de organização interna".

Francisco Melo tem uma opinião diferente. "O partido a nível interno não me preocupa. Está bem", assegura. No entanto, quer acabar com o que chama de "partido de quadros". Isto é, "fugir da velha tendência do partido do professor, do advogado e do médico", explica o candidato. Porque entende que, dessa forma, o partido acaba por defender só os interesses desses mesmos quadros. Portanto, a sua intenção é "transformar o PS num partido de massas".

Para pÎr em prática esta ideia, Francisco Melo começou logo por incluir na sua lista agricultores e electricistas, entre outros profissionais com "profissões mais populares".

O jovem político confessa também ser defensor do "estilo popular" e do contacto "afável" que marcou a actuação política do ex-presidente da Câmara Alexandre Chaves, que, aliás, é seu tio. Isto porque acredita que "está provado" que os eleitores não gostam de "austeridade". Francisco Melo acredita mesmo que a "timidez" de Altamiro Claro no contacto com a população o terá prejudicado em termos eleitorais.

"Recuperar a Câmara"

Assim, a "popularização" do partido vai ser a estratégia a seguir por este candidato, caso seja eleito, para conseguir o seu principal objectivo: recuperar a Câmara já nas próximas eleições. Uma meta que não considera "difícil", tendo em conta a forma como está a actuar o Governo central e a própria autarquia, que, diz, "está a gastar à tripa farta" e a "deixar cair por água abaixo as conquistas da anterior Câmara".

Independentemente do candidato que hoje venha a ser eleito, uma coisa é certa: quer um, quer outro, estão apostados em acompanhar "atentamente" a actuação da actual Câmara. Altamiro Claro diz que estes meses foram de "tolerância". Mas daqui para a frente promete "uma análise crítica dos órgãos autárquicos", até porque "estão a "atrasar os projectos que a anterior Câmara conquistou". Francisco Melo refere também que "o estado de graça do PSD já acabou".

A Comissão Política de Chaves do PS é eleita de dois em dois anos. Dos cerca de 400 militantes inscritos, apenas uma centena costuma votar.
Francisco Melo promete recuperar o "estilo político" de Alexandre Chaves. Leia-se popular. Objectivos, apenas um: recuperar a Câmara já nas próximas eleições.

Altamiro Claro tem uma meta diferente: "O que está em jogo é a vida interna do partido", afirma. Garantida por parte de ambos está uma "cerrada" oposição ao PSD, a quem acusam de estar a fazer uma gestão "desastrosa".

Hoje, ao final da tarde, vai ter lugar a eleição do presidente da Comissão Política Concelhia de Chaves do PS, até agora liderada por Luís Fontes, vereador da cultura do anterior executivo.

Vão apresentar-se a sufrágio duas listas. Uma, sob o mote "Organizar para vencer", é liderada por Altamiro Claro, ex-presidente da Câmara. Por isso, dispensa apresentações. A outra, "Recuperar a confiança", é encabeçada por Francisco Melo, tendo Luís Fontes como número dois. Francisco Melo era chefe de gabinete de Altamiro Claro. Tem 33 anos e é licenciado em Geografia, estando, actualmente, ligado à escola Júlio Martins. Mas, dois dias por semana, desloca-se à Faculdade de Letras do Porto, onde também lecciona. Em termos políticos, o candidato já passou pela JS, pela comissão e pelo secretariado distrital do PS

O facto de existirem duas listas é, na opinião dos dois candidatos, um ponto "positivo", e "não quer dizer que haja divergências". Para Altamiro Claro, "é uma forma de iniciar a nova dinâmica" que quer imprimir ao partido. E para Francisco Melo acaba por ser uma maneira de "aumentar o empenho e a mobilização dos militantes". Só para a constituição das listas foram necessários mais de 70 elementos. "Entusiasmamo-nos uns aos outros", defende Francisco Melo, que, na moção que vai apresentar, diz tratar-se de optar por uma lista "recauchutada" (a de Altamiro) ou por uma lista "com novos protagonistas" (a dele).

Porém, tanto um como outro fazem questão de realçar o facto de as suas relações serem "óptimas" e de a lista que sair vencedora ter, necessariamente, de incorporar a percentagem correspondente aos votos da outra lista, uma vez que o método de eleição é o de Hondt. Por isso, garantem estar dispostos a "trabalhar juntos".

As diferenças

No entanto, há diferenças visíveis no discursos dos dois candidatos.

Altamiro Claro diz ter avançado com a candidatura por ter "disponibilidade", pelo facto de estar reformado do ensino, mas também porque "sente" que tem o "dever de dar mais algo ao PS, principalmente nos próximos dois anos, altura em que não se joga nada [eleições]".

Se ganhar, o ex-presidente da Câmara vai orientar a sua actuação para o partido. Isto porque considera que, nos últimos anos, o PS, em Chaves, "viveu fechado sobre si próprio" e que "não existiu debate interno, nem se dinamizou a vida interna do partido". E acrescenta: o "PS em Chaves deixou-se absorver pela actividade autárquica" e "nos últimos actos eleitorais sentiu a falta da força organizativa e mobilizadora". Altamiro Claro pretende, por isso, "dinamizar" o acto de refiliação de militantes, "lançar uma campanha de novas adesões" e "modernizar o modelo de organização interna".

Francisco Melo tem uma opinião diferente. "O partido a nível interno não me preocupa. Está bem", assegura. No entanto, quer acabar com o que chama de "partido de quadros". Isto é, "fugir da velha tendência do partido do professor, do advogado e do médico", explica o candidato. Porque entende que, dessa forma, o partido acaba por defender só os interesses desses mesmos quadros. Portanto, a sua intenção é "transformar o PS num partido de massas".

Para pÎr em prática esta ideia, Francisco Melo começou logo por incluir na sua lista agricultores e electricistas, entre outros profissionais com "profissões mais populares".

O jovem político confessa também ser defensor do "estilo popular" e do contacto "afável" que marcou a actuação política do ex-presidente da Câmara Alexandre Chaves, que, aliás, é seu tio. Isto porque acredita que "está provado" que os eleitores não gostam de "austeridade". Francisco Melo acredita mesmo que a "timidez" de Altamiro Claro no contacto com a população o terá prejudicado em termos eleitorais.

"Recuperar a Câmara"

Assim, a "popularização" do partido vai ser a estratégia a seguir por este candidato, caso seja eleito, para conseguir o seu principal objectivo: recuperar a Câmara já nas próximas eleições. Uma meta que não considera "difícil", tendo em conta a forma como está a actuar o Governo central e a própria autarquia, que, diz, "está a gastar à tripa farta" e a "deixar cair por água abaixo as conquistas da anterior Câmara".

Independentemente do candidato que hoje venha a ser eleito, uma coisa é certa: quer um, quer outro, estão apostados em acompanhar "atentamente" a actuação da actual Câmara. Altamiro Claro diz que estes meses foram de "tolerância". Mas daqui para a frente promete "uma análise crítica dos órgãos autárquicos", até porque "estão a "atrasar os projectos que a anterior Câmara conquistou". Francisco Melo refere também que "o estado de graça do PSD já acabou".

A Comissão Política de Chaves do PS é eleita de dois em dois anos. Dos cerca de 400 militantes inscritos, apenas uma centena costuma votar.



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