Presidente da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), Luís Pedro Martins, integrou a comitiva que entregou na Assembleia da República uma petição que defende “a completa requalificação e reabertura da Linha Ferroviária do Douro até Barca de Alva e Espanha”. “É um documento assinado por 13 500 cidadãos, excedendo praticamente em dez mil o objetivo inicial, o que, por si só, é merecedor da maior atenção por parte dos deputados da Assembleia da República e pelo Governo”, refere Luís Pedro Martins.

“Investir na internacionalização da Linha do Douro é investir no futuro de uma região que tem muitíssimo para oferecer ao país, nomeadamente em termos de turismo”, acrescenta o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal. Paralelamente, frisa, “pode complementar investimentos já concretizados, permitindo ligar, por exemplo, o terminal de cruzeiros do Porto de Leixões ao interior da Península Ibérica, abrindo portas a novos fluxos entre os aeroportos do Porto e de Madrid”.

O presidente da TPNP recorda que o turismo, que no balanço global da região do Porto e do Norte está a ter resultados positivos históricos, “é um motor de desenvolvimento comprovado em Portugal, que tem na região do Douro – Património da Humanidade – um enorme “tesouro” ainda por explorar”. “Investir na internacionalização da Linha do Douro é investir no futuro de uma região que tem muitíssimo para oferecer ao país”, realça.

Na audiência com a vice-presidente da Assembleia da República, Edite Estrela, a comitiva composta, para além da TPNP, pela Liga dos Amigos do Douro Património Mundial, pela presidência da Comunidade Intermunicipal do Douro, pelos presidentes das autarquias da Régua, Torre de Moncorvo, Sabrosa, pela Fundação Museu do Douro e por várias entidades relevantes da Região do Norte, teve a oportunidade de entregar o documento subscrito por mais de 13 mil e quinhentos cidadãos, fruto de uma iniciativa que pretendia recolher as quatro mil assinaturas necessárias para que a petição fosse discutida no parlamento.

A comitiva foi ainda recebida pelo presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, a quem apresentou cumprimentos e teve oportunidade de apelar ao maior empenho por parte dos partidos com assento parlamentar nesta causa.

Luís Pedro Martins sublinha que “cerca de 72% dos turistas que visitam o Porto e Norte de Portugal não vão além da Área Metropolitana do Porto, a porta de entrada na região”. “Uma das razões que explica esta não distribuição de turistas por outros subdestinos está, desde logo, relacionada com a inexistência de alternativas de transporte”, afiança.

A aposta na ferrovia, diz o presidente da TPNP, “deve, obrigatoriamente, integrar uma estratégia global de promoção do Douro Vinhateiro Património da Humanidade, tendo em conta que a reativação da Linha do Douro permitirá ultrapassar as dificuldades de acessibilidade que estão a impedir a economia local de beneficiar, verdadeiramente, do impacto que o turismo está a ter no país”.

Luís Pedro Martins acredita que “o prolongamento da Linha do Douro até Barca de Alva, e sua extensão até Espanha, em articulação com os operadores turísticos do território, vai permitir aos turistas 'mergulharem' verdadeiramente na região e, dessa forma, percorrerem num destino que passa, em Portugal, por três patrimónios da Humanidade”. “Investir na Linha do Douro é agir estrategicamente. É pensar para além da tradicional tentação centralizadora e 'litoralizada' do país”, conclui o presidente da Entidade do Turismo do Porto e Norte de Portugal.



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