Com o receio de que se venha a verificar uma escassez de combustíveis em Portugal, devido à guerra que se está a desenrolar no Iraque, onde se encontra a grande maioria dos poços de petróleo, o Governo exigiu um levantamento de necessidades de combustível em cada região do país.

Vila Real não foi excepção. O levantamento já foi concluído e enviado para a administração central. Apesar de, como frisou o delegado da Protecção Civil de Vila Real, Gabriel Borges, a escassez de combustível ser \"remota\" e o preço do barril de petróleo até ter vindo a \"descer\", trata-se de \"uma forma de prevenção para qualquer eventualidade\".

Já na altura da passagem do milénio a Protecção Civil tinha efectuado um levantamento do género, que acabou por facilitar o trabalho que agora foi feito. Foram contactados os bombeiros, os hospitais, a Polícia de Segurança Pública, a Guarda Nacional Republicana, o Instituto de Estradas de Portugal e as câmaras municipais, para saber se estes organismos possuem reservas e quantos litros de combustível necessitam por mês. Assim, soube-se que uma grande maioria deles não possui reservas de combustível e que são as câmaras municipais as que mais consomem. Determinou-se um consumo médio de seis mil litros de gasóleo por mês. A Câmara Municipal de Montalegre é a mais \"consumidora\", ultrapassando a média dos seis mil litros mensais, e a Câmara Municipal de Santa Marta de Penaguião é a mais \"poupada\".

Gabriel Borges garantiu que a elaboração deste levantamento \"não tem qualquer tipo de alarmismo\" e explicou que \"apenas servirá para precaver alguns organismos na eventualidade de escassez de combustível\". O levantamento serviu ainda para a Protecção Civil ficar a par da quantidade de combustível que as gasolineiras do distrito têm em reserva, destinada a alguns organismos, para que este não falte. Apesar desta escassez ser \"muito pouco provável\", Gabriel Borges defendeu que \"todas as pessoas deveriam ter uma reserva de combustível, por mais pequena que fosse, para serviços mínimos, como garantia\".

A delegação da Protecção Civil de Bragança também já fez o levantamento de combustível para o distrito. Esta acção, que decorreu durante este mês e parte do mês anterior, está mesmo concluída. No entanto, o responsável pela Protecção Civil de Bragança, Vítor Pereira, não quis divulgar ao Semanário TRANSMONTANO se aquela entidade possuía ou não reservas de combustível e qual a quantidade que foi levantada nos últimos dias. O mesmo responsável adiantou, no entanto, que, à semelhança do que aconteceu em 2000, aquando da guerra no Kosovo, aquela entidade elaborou um plano para o distrito que foi apresentado ao Governo.

De referir que, a nível distrital, as entidades que mais combustível consomem são as autarquias, as corporações de Bombeiros, PSP, GNR, entre outras que têm a ver com o socorro e emergência. Bragança aparece como a cidade que mais combustível consome, enquanto Freixo de Espada à Cinta e Vimioso parecem ser os mais poupados.



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