O termalismo em Portugal teve um "incremento constante" entre janeiro e setembro graças à nova forma de comunicação e o regresso das comparticipações do Estado aos tratamentos termais, disse hoje o presidente da Associação das Termas de Portugal.

"Temos tido um incremento constante por parte dos utilizadores de termas do país, na ordem dos 15% a mais de clientes no que diz respeito ao bem-estar e de cerca de 10,5% na parte do termalismo terapêutico", adiantou à Lusa Victor Leal, à margem da abertura do Congresso Internacional de Termalismo 2019, que decorre em Chaves até sexta-feira e que contou também com a presença do secretário de Estado da saúde, António Lacerda Sales.

Para o responsável pela Associação das Termas de Portugal, parte do incremento de clientes entre janeiro e setembro resulta de "uma nova imagem e forma de comunicação do termalismo em Portugal", que permite ter hoje "um termalismo pujante no país".

No que diz respeito à componente de terapêutica, houve uma "nova sensibilização junto da classe médica" e ainda a "introdução das comparticipações nos tratamentos termais do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

"Até ao momento, foram emitidas cerca de sete mil prescrições do SNS para os utentes poderem fazer termas e este processo desencadeou o aumento de procura", vincou.

Segundo Victor Leal, já foi manifestado junto do secretário de Estado da Saúde a necessidade de manter as comparticipações do SNS durante o "hiato temporal entre a avaliação do projeto e o seu final".

"Urge que este projeto não pare no dia 31 de dezembro e encontrar dentro do Orçamento de Estado uma norma transitória que permita que o projeto seja mantido até ter uma avaliação final de como se vai desenvolver e integrar o termalismo no SNS", apontou.

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, explicou, também após a abertura do congresso, que o projeto-piloto está em atividade até final do ano e que irá ser avaliado no primeiro trimestre de 2020.

"Como esperamos, e se for positivo, como demonstram as taxas de crescimento, será para dar continuidade", assinalou.

Para o governante, o grande objetivo está na área da "prevenção da doença e da promoção da saúde".

"Queremos que os tratamentos termais possam chegar a mais gente e às classes mais desfavorecidas e mais vulneráveis, e isso torna-se muito importante quando pretendemos, a montante, trazer um processo de literacia e de informação para toda a gente", sublinhou.

António Lacerda Sales explicou que, ao longo da próxima legislatura, o Governo irá fazer um investimento na área da literacia da saúde.

O Estado voltou a comparticipar os tratamentos termais em 2019, retomando um financiamento que tinha sido suspenso em 2011.

O Congresso Internacional de Termalismo 2019 decorreu em Chaves e é promovido pela Associação de Termas de Portugal e a Sociedade Portuguesa de Hidrologia Médica e Climatologia, em parceria com a Câmara Municipal de Chaves.

O evento discute temas como: tendências globais em turismo de saúde e bem-estar, desenvolvimento dos territórios termais, marketing, comercialização e tecnologia, valorização e proteção do recurso água mineral natural e medicina termal e investigação.



PARTILHAR:

O futuro do Termalismo esteve em debate em Chaves

Águas Interior Norte é importante para melhor gestão e investimentos