A empresa Iberdrola disse hoje que conectou à rede elétrica um das duas turbinas da central hidroelétrica da barragem do Alto Tâmega, mantendo a previsão do arranque da operação comercial desta central até ao final de março.

Com a entrada em funcionamento da central da barragem do Alto Tâmega, ficará concluído o Complexo Hidroelétrico do Tâmega, também conhecido como Sistema Eletroprodutor do Tâmega (SET), concessionado à espanhola Iberdrola.

Trata-se de um complexo formado por três barragens e três centrais hidroelétricas: Alto Tâmega, Daivões e Gouvães, as quais já estão em funcionamento comercial desde 2022.

Em comunicado, a empresa disse que deu mais um passo para a entrada em funcionamento do complexo “ao conectar com sucesso à rede elétrica uma das duas turbinas da central hidroelétrica do Alto Tâmega, a última do complexo a entrar em funcionamento”.

“Concluída a conexão à rede da primeira turbina, segue-se a segunda, com ligação à rede prevista para fevereiro de 2024. Até ao final de março de 2024, a central já estará em operação comercial, com todo o Complexo Hidroelétrico do Tâmega a funcionar com uma potência total instalada de 1.158 megawatts (MW)”, afirma a Iberdrola.

De acordo com a empresa, o Complexo Hidroelétrico do Tâmega permitiu “aumentar em 33% a potência de armazenamento hidroelétrico em Portugal”.

Citado em comunicado, Rafael Chacon Llorente, diretor do projeto do complexo, refere que “este incremento de potência representou, em 2023, um aumento superior a 60% do volume de energia armazenada por bombagem quando comparado com a de 2021”.

“Sendo o armazenamento hidroelétrico, na atualidade, a única tecnologia capaz de armazenar eletricidade de forma massiva e eficiente, este complexo consegue aproveitar ao máximo a energia gerada pelo vento e pelo sol, colmatando os períodos em que o sol não brilha e o vento não faz girar as pás das eólicas”, explica a empresa.

De acordo com as informações adiantadas pela Iberdrola, Portugal tem mais de 60% da sua eletricidade procedente de fontes renováveis com a pretensão de chegar aos 85% em 2030.

“Com o crescimento das renováveis, cada vez mais, quando a exposição solar e a força do vento são fortes, a produção das centrais eólicas e solares é superior às necessidades do sistema, que, não podendo ser consumida nem gerida pelo sistema perder-se-ia, se não fosse armazenada através da bombagem de água, nomeadamente na albufeira de Gouvães, podendo, posteriormente, ser turbina para produção de energia, quando o sistema precisa”, salienta.

A albufeira da barragem do Alto Tâmega terá uma área de 468 hectares e um volume de 132 hectómetros cúbicos e a central terá uma potência total de 160 megawatts.

O SET é considerado um dos maiores projetos hidroelétricos na Europa, nos últimos 25 anos, e representa um investimento total de 1.500 milhões de euros.

Em pleno funcionamento, o complexo contará com uma potência total instalada de 1.158 megawatts (MW) e uma reserva energética de 40 milhões de quilowatts (kWh), equivalente à energia consumida de 11 milhões de pessoas durante 24 horas, nas suas casas.

O projeto, incluído no Programa Nacional de Barragens de Alto Potencial Hidroelétrico (PNBEPH), foi apresentado oficialmente em 2009, no ano a seguir perdeu uma das quatro barragens inicialmente previstas por imposição da Declaração de Impacto Ambiental (DIA) e as obras começaram em 2014.

O empreendimento foi alvo de muita contestação por parte de associações ambientalistas e de moradores dos concelhos do distrito de Vila Real, afetados.



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