Um bebé de 18 meses morreu à fome e à sede dentro de um apartamento, em Genebra. A mãe, uma jovem portuguesa toxicodependente, tinha sido detida pela polícia três semanas antes.

A jovem portuguesa, de 22 anos, mãe solteira, deixara a filha em casa sozinha quando foi detida na rua pela polícia suíça e encarcerada na prisão de Genebra, para cumprir uma pena de prisão de 44 dias, por roubo.

Após a sua detenção, a jovem terá mentido à polícia sobre o paradeiro da bebé, pois já sabia que os Serviços de Protecção da Juventude (SPJ) iriam retirar-lhe a filha para a colocar numa instituição. Só 23 dias após a detenção da jovem é que a polícia se deslocou ao apartamento desta, encontrando o corpo da vítima já em decomposição.

Polícia não está isenta de culpas

Num primeiro comunicado, a polícia afirmava que a detida «tinha escondido o facto de ser mãe de uma bebé» mas, em conferência de imprensa, o juiz instrutor do processo, Stéphane Esposito, afirmou que «a polícia conhecia perfeitamente a existência da criança, mesmo se a detida tenha fornecido informações erradas à polícia».

Também a avó da bebé aponta o dedo acusador à polícia e aos SPJ. «A primeira vez que a minha filha foi detida por roubo, por uma brigada do "Pâquis", ela tinha o seu bebé ao colo. Foi no início de Abril. Nessa ocasião, ela pediu à polícia para confiar a criança à irmã. Ora, se na segunda detenção, no princípio de Maio, a polícia tivesse procurado o dossier da minha filha, teriam verificado que ela era mãe», diz a avó, revoltada. «Logo após a sua primeira detenção, no início de Abril, adverti a Protecção da Juventude da situação e fiz um pedido para obter a guarda da criança, mas a resposta foi negativa», acrescenta a mãe da jovem portuguesa.

O Ministério Público já inculpou a jovem por abandono de menor e homicídio por negligência, mas o inquérito vai continuar a fim de apurar outros eventuais responsáveis, afirmou o juiz Esposito.



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