As comemorações do Dia de Portugal, em Bragança, marcarão, também, a formalização da Comunidade Urbana de Trás-os-Montes. Este acto tem, para o presidente da autarquia brigantina, Jorge Nunes, um «significado especial», o de mostrar que «Trás-os-Montes está unido».

Os dezasseis municípios transmontanos que optaram pela Comunidade Urbana de Trás-os-Montes (ComUrb) escolheram as comemorações do Dia de Portugal em Bragança para oficializaram a criação deste novo organismo, anunciou fonte autárquica.

A escritura pública da ComUrb está marcada para quarta-feira à hora de almoço, antecedendo o início do programa oficial de dois dias das comemorações do 10 de Junho, que decorrem este ano em Bragança, pela primeira vez.

Segundo o presidente da Câmara de Bragança, Jorge Nunes,

aproveitando o simbolismo da data e a possibilidade de os autarcas se encontraram todos, decidiram marcar a cerimónia para esta ocasião. Este acto tem também, para Jorge Nunes, um "significado especial", o de mostrar que "Trás os Montes está unido". Esta união não ocorreu, no entanto, no processo de discussão da nova reorganização administrativa do território, acabando por surgir duas comunidades urbanas na região transmontana, em detrimento de uma grande comunidade que abrangesse toda a região, tese defendida pelos autarcas que viriam a agrupar-se na ComUrb de Trás-os-Montes.

Segundo Jorge Nunes, a ComUrb deverá estar a funcionar em pleno dentro de três a quatro meses, depois de constituída a comissão instaladora e preparado o primeiro processo eleitoral.

União entre municípios

Fazem parte da ComUrb seis municípios do distrito de Vila Real, da zona do Alto Tâmega, nomeadamente Boticas, Valpaços, Vila Pouca de Aguiar, Chaves, Montalegre e Ribeira de Pena, e dez do distrito de Bragança, designadamente além de Bragança, Miranda do Douro, Vinhais, Vimioso, Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Alfândega da Fé, Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro e Vila Flor.

A disputa da sede da comunidade entre os municípios de Bragança e Chaves atrasou o processo, e acabou solucionada com a opção pela rotatividade da "capital", uma solução que não agrada a todos, mas que foi aceite consensualmente em nome da região.

"Não me parece de facto uma solução boa. A rotatividade retira força e capacidade política em determinados momentos", afirma Jorge Nunes.

A sede da comunidade vai rodar por ordem alfabética por todos os municípios, começando em Alfândega da Fé. A vez do concelho de Vinhais só chegará dentro de dezasseis anos.

A criação da ComUrb de Trás-os-Montes e respectivos estatutos foi aprovada pela Assembleia Municipal de Bragança, com algumas abstenções e votos contra dos que contestam, entre os diversos partidos, este modelo e defendem uma grande região transmontana.

Vila Real
Sim à Comunidade do Douro

O município de Vila Real foi o que sempre se mostrou mais convicto na divisão administrativa de Trás-os-Montes e Alto Douro. Apesar do apelo do primeiro-ministro e do movimento cívico «Vila Real é Trás-os-Montes e Alto Douro» para a união de todos os concelhos da região, o presidente da Câmara de Vila Real justifica a adesão à Comunidade Urbana do Douro como um meio de os resolver problemas comuns a todos os municípios durienses. Os defensores da Comunidade Urbana do Douro acreditam que uma conjugação de forças deste género entre municípios do Douro irá "trazer mais-valias para o desenvolvimento de toda a região".



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