A Sé de Vila Real inaugura na quarta-feira o órgão sinfónico de 2.180 tubos, uma peça de arte feita em Itália que representa um investimento de 500 mil euros, comparticipados por fundos comunitários.
A Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) anunciou hoje que o concerto inaugural e a bênção do órgão estão marcados para quarta-feira, com uma missa presidida pelo cardeal José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação dos Santos.
Entre os dias 20 e 22 há três concertos protagonizados pelo italiano Giampaolo Di Rosa, que é o organista titular da Igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, e vai também ser o responsável artístico e cultural para a programação do órgão da Sé de Vila Real.
Para além de servir para os atos litúrgicos, o pároco da Sé, Manuel Coutinho, já explicou à agência Lusa que o instrumento terá também uma utilização cultural, prevendo-se a realização de vários concertos já este ano.
A DRCN referiu que a instalação de um órgão de tubos na Sé de Vila Real se inscreve "na afirmação da catedral como centro da diocese e polo de excelência na vida cultural da cidade" que "servirá não apenas como suporte à liturgia própria do culto católico, mas sobretudo como difusor do rico e renovado reportório concertístico".
Este instrumento vai também integrar "a cidade e a região nos circuitos europeus que têm este instrumento como solista ou acompanhante da atividade musical".
O sacerdote referiu que será também Giampaolo Di Rosa a ajudar na formação dos organistas da igreja transmontana, que irão ter formação específica para utilizar este instrumento.
Trata-se de uma peça de arte que "é única no país" e ocupa uma das fachadas internas da Sé de Vila Real. O órgão possui quatro teclados e 33 registos para um total de 2.180 tubos.
O instrumento está inserido numa caixa-de-ressonância de carvalho e dotado de um monumental prospeto de tubos em liga de estanho, dispostos em alas descendentes, que permitem a visão completa da rosácea situada atrás.
A Sé Catedral de Vila Real deixa, assim, de ser a única do norte do país sem órgãos de tubos.
O projeto está incluído na Rota das Catedrais do Norte de Portugal, lançado pela DRCN.
O custo deste instrumento musical ronda o meio milhão de euros, comparticipado a 85% por fundos comunitários.
Para conseguir pagar a comparticipação nacional, a Fábrica da Igreja da Sé lançou uma campanha de angariação de fundos, bem como uma campanha de apadrinhamento de um tubo por cem euros.
Manuel Coutinho mostrou-se satisfeito com o apoio da sociedade civil, empresas e autarquia, mas frisou que a angariação de verbas prossegue, até porque são necessários fundos para a manutenção do instrumento e para a programação cultural.
O órgão de Vila Real é o segundo trabalho em Portugal da Famiglia Mascioni, responsável pela reconstrução do maior órgão de tubos do país, situado no Santuário de Fátima.
A empresa Mascioni é uma das mais antigas e reputadas fábricas de órgãos e outros instrumentos musicais da Europa, que está ativa desde 1829.
Lusa, Foto: José Sousa