As obras na principal avenida de Vila Real, a Carvalho Araújo, devem ficar concluídas até agosto, tiveram como objetivo juntar a história e a contemporaneidade, e representam um investimento de dois milhões de euros, foi anunciado pela autarquia.
O vereador do urbanismo da Câmara de Vila Real, Adriano Sousa, estima que, “em finais de julho, princípio de agosto”, possa estar concluída a intervenção na avenida Carvalho Araújo, que teve início em janeiro de 2020.
O autarca falava à margem de uma visita à artéria, que atravessa o centro da cidade, e que foi guiada pelo arquiteto responsável pelo projeto, Belém Lima.
O arquiteto disse que quis juntar “história com contemporaneidade”.
O objetivo foi evidenciar os elementos históricos como o palácio dos Marqueses, o convento de São Domingos (adaptado ao Conservatório Regional de Música), a estátua de Carvalho Araújo ou a fonte.
Mas foi também, acrescentou, adaptar a via a uma maior utilização pelas pessoas. “O automóvel já não manda na avenida”, sublinhou.
Adriano Sousa acrescentou que o objetivo da intervenção foi trazer a “avenida para o século XXI”, o século em que o “peão vai ser o rei”.
A artéria sobe da praça do município para o edifício do tribunal e, anteriormente, o trânsito subia pelo lado direito e descia pelo esquerdo, possuindo no meio uma área de jardins com bancos.
Agora, o tráfego ficará concentrado, nos dois sentidos, no lado esquerdo (poente), transformando todo o lado direito (nascente) numa praça para fruição da população, com espaços verdes e esplanadas, e para a realização de eventos.
Adriano Sousa disse que, em princípio, ainda este mês, serão introduzidos os dois sentidos de circulação na via.
A intervenção tem sido alvo de algumas polémicas, primeiro devido ao arranque de árvores e, depois, devido à construção de um muro, em frente ao edifício do tribunal, que faz parte de um pequeno anfiteatro.
“Todas as obras que marcam uma cidade são sempre polémicas, as obras que marcam, que pretendem dar alguma contemporaneidade àquilo que é a história desta avenida, com os seus seis séculos”, afirmou Adriano Sousa.
Para o arquiteto, o muro “é um valor” que esconde “um segredo” do anfiteatro ao ar livre e cria uma espécie de varanda com vista sobre a avenida.
Pela artéria foram construídos passeios, instalados bancos de cimento, que serão revestidos de madeira, plantadas novas árvores, já de dimensão média, construído um pequeno “canal de água”, e os pavimentos foram feitos em “granito serrado” para “diminuir o ruído” feito pelos automóveis.
Belém Lima defendeu que esta artéria poder-se-á transformar “num polo de atração da nova corrente de turismo que há no Douro”.
A obra representa um investimento de dois milhões de euros, comparticipados em 85% por fundos comunitários.
O projeto está incluído no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) de Vila Real, que prevê um investimento global de 17,2 milhões de euros.
Fotografia: António Pereira