A falta de apoio aos filhos dos emigrantes pode criar gerações que, no futuro, serão responsáveis por «explosões» sociais negativas. Por isso, D. António Vitalino, bispo de Beja, defendeu ontem, em Fátima, que «é preciso integrá-las» nas sociedades que acolheram as suas famílias.
«As crianças são quem mais sofre com a desagregação das famílias, provocada em determinado momento pela emigração», referiu o bispo, também presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana (CEMH), horas antes do início da Peregrinação do Migrante e do Refugiado à Cova da Iria.
Como não são apoiados pelas famílias, ocupadas muitas horas a trabalhar, »os menores são um bocado desamparados», explicou o bispo de Beja, adiantando que é preciso integrá-los no país de acolhimento, respeitando a sua cultura de origem. Isto para não serem uma «geração que daqui a alguns anos vai causar problemas que podem explodir».
Sobre este tema, o bispo de Belfort-Montbéliard, França, que preside à peregrinação, considerou que a comunidade portuguesa no país não está imune à exclusão de que são vítimas os jovens emigrantes, sobretudo nos «bairros populares«.
O bispo, presidente do Serviço Nacional da Pastoral dos Migrantes de França, adiantou que se trata de um problema de \"exclusão social, de marginalização e de racismo\", recusando que as tensões sociais tenham origem em \"realidades religiosas\". \"Quando se é excluído, reage-se\", justificou.
Uma outra realidade a que todos nós assistimos durante anos foi os pais emigrarem e deixeram em Portugal os filhos entregues, entregeus aos avós ou a outras pessoas, amigos , familiares, raramente deu o resultado esperado, e a desestruturação familiar levou a situações extremas, faceis de comprovar nas aldeias de Trás-os-Montes, não raramente estes jovens abandonados, com dinheiro dos pais, e sem a sua capa protectora, degenerarão em também eles jovens desesperados e delinquetes tatas vezes. Foi a face mais horrivel e desumana da emigração.