A aldeia de Vilar de Perdizes, em Montalegre, acolhe entre sexta-feira e domingo o Congresso de Medicina Popular que atrai curandeiros, bruxos, videntes e cartomantes, destaca o poder curativo das plantas e é impulsionado pelo padre Fontes.
A Câmara de Montalegre, no distrito de Vila Real, disse hoje, em comunicado, que a “mística aldeia” de Vilar de Perdizes volta a ser o palco para o Congresso de Medicina Popular que “tem colocado o concelho na primeira linha da curiosidade pública”.
O padre António Lourenço Fontes é o principal impulsionador deste evento, cuja primeira edição se realizou em 1983.
“Este é um momento de referência do concelho de Montalegre”, afirmou à agência Lusa o presidente da autarquia local, Orlando Alves.
O autarca reconheceu que o congresso, nos últimos anos, tem perdido “o fulgor” que já teve, mas referiu que é “também um acontecimento de marca” para o município.
Em Vilar de Perdizes, as portas vão abrir-se para todos, desde cientistas e investigadores, a curandeiros, bruxos, videntes, médiuns, astrólogos, tarólogos, massagistas, muitos curiosos e turistas.
Entre sexta-feira e domingo vão misturar-se investigadores e especialistas de medicinas alternativas e, nesta edição, vão debater-se temas como a descoberta da cura pelas plantas medicinais, a medicina do amor, socioterapia e exorcismo, a esclerose múltipla, a invocação dos santos – salvação da alma e cura do corpo, o forno do povo como um templo de trabalho feminino, a culinária celta com flores e a relação entre a medicina popular e a tradicional.
Será também feita uma retrospetiva dos 33 congressos de medicina popular, bem como decorrerá um ‘workshop’ sobre a destilação de plantas e a produção de sabão natural.
O congresso realiza-se desde 1983 e despertou a curiosidade pública para esta aldeia e para o padre que transformou o misticismo numa atração turística de Montalegre.
Foi precisamente a junção do sagrado e do profano protagonizado por um padre que deu mais-valia e chamariz ao congresso.
António Lourenço Fontes, que nasceu em Cambezes do Rio, em 1940, é padre, escritor, hoteleiro, é um estudioso das plantas e ervas, emprestou o nome ao Ecomuseu, também a uma marca de vinho e a um licor com ouro.