A aldeia de Vilar de Perdizes, em Montalegre, volta a receber entre 02 e 04 de setembro o Congresso de Medicina Popular impulsionado pelo padre Fontes e que dará destaque ao poder das plantas, foi hoje anunciado.
Depois de dois anos ‘online’ por causa da pandemia de covid-19, o Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes, concelho de Montalegre, no Norte do distrito de Vila Real, regressa ao formato presencial e abrirá também as portas de uma feira que juntará "o esotérico", como os astrólogos, cartomantes, massagistas, à venda de produtos locais, desde os chás, licores, o mel e o pão.
Umbelina Moura, da Associação de Defesa do Património Vilar de Perdizes, disse hoje à agência Lusa que o congresso irá dar destaque a temas como o poder das plantas, a medicina popular e métodos naturais, plantas medicinais e segurança alimentar.
A responsável referiu ainda que, durante o evento, um médico irá vai falar do uso da canábis na medicina atual e serão também abordados temas como as “mezinhas populares e os maus-olhados”, bem como as “transformações que a cultura barrosã está a ter ao longo dos tempos”.
Ao longo dos três dias falar-se-á de tratamentos através plantas, nomeadamente através de infusões, mas também da cura de doenças através do uso da abelha (apiterapia), da água como terapia e dos benefícios da urtiga na gastronomia.
Este é, segundo a organização, um “evento âncora” do concelho de Montalegre que continua a gravitar em torno da figura do padre Fontes.
Lançado em 1983 pelo padre António Fontes, o Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes teve sempre como objetivo “reforçar o valor da medicina popular e o poder das plantas para combater doenças”.
O congresso junta cientistas e investigadores, curandeiros, bruxos, videntes, médiuns, astrólogos, tarólogos, massagistas, muitos curiosos e turistas.
O padre Fontes idealizou um “congresso de portas abertas para todos” e, segundo Umbelina Moura, enquanto o sacerdote viver, “será seguida a mesma linha”.
O evento transformou-se também numa “oportunidade de negócio para a hotelaria, restauração, comércio e uma atração turística” para este município.
“Mexe sempre com a economia local”, salientou a representante da associação que organiza o congresso, em parceria com o município de Montalegre e o Ecomuseu de Barroso, Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local (ANIMAR) e a Freguesia de Vilar de Perdizes e Meixide.
Durante o congresso haverá momentos para a prova da tradicional queimada, uma bebida feita à base de aguardente, limão, maçã, canela e açúcar, e haverá também uma caminhada que levará à descoberta de Vilar de Perdizes.