Depois de realizadas as obras de adaptação, quer das instalações do actual Centro Coordenador de Operações e Inspecção de Bombeiros, quer da delegação distrital de Protecção Civil, o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Administração Interna, Carlos Zorrinho, inaugurou em Vila Real a sede do Centro de Coordenação de Socorros (CCS), que conjuga os meios da Protecção Civil, da GNR, da PSP, do INEM e da Direcção Geral de Florestas, num "sistema único".
Os CCS foram criados pelo Governo através do decreto-lei n.º 296/2000 de 17 de Setembro, que, no seu artigo 6º, nº1, determina a criação de estruturas a nível distrital com o objectivo de coordenar as operações dos bombeiros e garantir o apoio logístico necessário em situações de emergência que envolvam a intervenção de mais de um corpo de bombeiros ou ultrapassem o âmbito do município.
Para Carlos Zorrinho, o novo sistema vai responsabilizar mais os políticos que, na sua opinião, "têm de ter a capacidade de decidir que tipo de instrumentos é que devem ser usados durante uma ocorrência".
O CCS de Vila Real foi o quinto a ser instalado no país e o primeiro na região de Trás-os-Montes e Alto Douro e, segundo o político, o Governo pretende instalar 18 em todo o país, isto até ao final da actual legislatura. Nesse sentido, pretende avançar até ao fim do ano com o CCS de Portalegre e com o Centro Coordenador Nacional de Lisboa.
O secretário de Estado frisou que o Estado investe anualmente 20 milhões de contos no Sistema Nacional de Protecção Civil e, para que a segurança das populações seja cada vez melhor, o Governo está a desenvolver um projecto para a instalação de uma Rede de Comunicações de Emergência, que deverá entrar em funcionamento no decorrer do próximo ano.
Carlos Zorrinho considera que a cultura da segurança, sobretudo em matéria de protecção civil e socorro, "começa em cada um de nós", o que implica "a cooperação entre todos e não a competição entre as várias forças".
O político alertou ainda para o esforço e preparação necessários para prevenir a eventualidade de o mau tempo do último Inverno se voltar a repetir.
Área ardida diminuiu
Os dados disponíveis indicam que em 2001 a área consumida por fogos florestais foi de 87.406 hectares, pouco mais de metade da ardida em 2000, ou seja, 153.805 ha. Comparativamente, o número de incêndios decresceu de 8.016 em 2000 para 6.359 em 2001.
Os maiores valores de área ardida desde o princípio do ano de 2001 registaram-se nos distritos da Guarda com 14.067 hectares (16 por cento), Castelo Branco com 11.944 hectares (13 por cento), Bragança com 11.085 (12,7 por cento) e Vila Real com 8.403 (9,6 por cento). Em relação ao número de incêndios, o distrito mais afectado foi o de Braga, com 938 fogos, seguido do Porto com 876 e Vila Real com 727.
Carlos Zorrinho mostrou-se preocupado com o "grande número de ocorrências", pois "não podemos estar satisfeitos quando temos 32 mil fogos florestais por ano. Para o secretário de Estado este é um número "verdadeiramente inusitado", que se combate através da educação cívica, da prevenção e da limpeza das florestas.
No entanto, como aspecto positivo, Carlos Zorrinho destacou a diminuição do número de hectares por incêndio, o que significa que "os bombeiros e o dispositivo estão de parabéns".
