A Câmara de Bragança quer poupar nos gastos dos combustíveis nos transportes urbanos e decidiu investir na formação dos motoristas, sensibilizando-os para uma condução moderada com vista a baixar os consumos de gasóleo.

Aulas de \"condução económica\". Poderia ser esta a designação da disciplina ou do curso que os motoristas de transportes públicas da Câmara Municipal de Bragança estão a frequentar. O objectivo é diminuir o consumo das viaturas pesadas, combatendo assim a crise que os constantes aumentos do gasóleo acentua.

Esta é uma das medidas imediatas para fazer face ao aumento sucessivo dos combustíveis. A primeira acção tomada para uma gestão mais apertada passa pela realização de acções de formação em Ecocondução. O alvo são todos os motoristas da rede de autocarros incluídos no Sistema de Transportes Urbanos de Bragança (STUB).

Consumo de 300 mil euros/ano

O município gasta mais de 300 mil euros em combustíveis por ano, mas o objectivo passa por reduzir esse valor, ainda que não exista para já uma previsão de quanto dinheiro poderá ser poupado, adiantou, ao JN, o vice-presidente da Câmara, Rui Caseiro.

A iniciativa está incluída na semana do Ambiente que decorre até sexta-feira, e tem como preocupação alertar os funcionários para a necessidade de ter em conta este problema, fazendo-lhe entender que há pequenas mudanças de atitude durante a condução que poderão levar à redução do consumo de gasóleo. A Ecocondução pode levar a uma redução de combustível em \"valores já importantes e a ter em conta\", afirmou Rui Martins, técnico de transportes da autarquia.

Durante as várias sessões de formação, realizadas ontem, foram explicadas as 12 principais medidas para a economia de gasóleo. Entre os pequenos gestos que se destacam há mudanças de comportamento bastante simples, como a utilização de velocidades reduzidas, a não realização de travagens bruscas, ou a importância do uso de baixas rotações. \"Em veículos a gasolina não convém ultrapassar as 2000 a 2500 rotações por minuto. Em veículos a gasóleo, entre 1500 e as 2000\", esclareceu o técnico.

A condução por antecipação aos obstáculos, nomeadamente aos semáforos, para em vez de se fazer uma paragem completa apenas se desacelerar, é outra atitude que pode fazer a diferença no saldo mensal dos gastos. Entres as dicas transmitidas aos formandos relembrou-se a importância da pressão dos pneus. \"Uma redução de meio BAR abaixo do recomendado implica uma redução de 2 a 3% de combustível\", referiu Rui Martins. Só a optimização do uso do ar-condicionado, que não deve ultrapassar os 23 graus, implica 20por cento de combustível a menos. \"Vamos formar os motoristas para procedimentos adequados à poupança de combustível, isso é possível e simples, se baixarmos o consumo baixamos a despesa\", explicou Rui Caseiro.

Sem ajuste de horários

Para já não estão previstos ajustamentos de horários ou supressão de linhas. \"Mas é importante que, nas operações que cada funcionário, faz exista essa preocupação de gastar menos\", acrescentou o autarca.

A par da educação para a economia, a autarquia decidiu há alguns meses abastecer a frota de veículos com biodisel, o que também baixou o gasto com os combustíveis.

Outra aposta são os autocarros verdes, movidos a electricidade, que circulam no centro da cidade. Actualmente existem três, trabalhando dois em permanência. A Câmara está à espera que sejam entregues três mini-autocarros novos, a diesel, para circularem na cidade e substituírem alguns mais antigos que acarretam mais custos.



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