Para que as aldeias sejam um sítio \\"equilibrado\\" que possa proporcionar qualidade de vida às pessoas que lá vivem, a Fata criou um projecto que prevê a recuperação de algumas aldeias de Trás-os-Montes e Alto Douro. Este empreendimento das aldeias de 4ª geração tem como base o sector agrícola, mas foi também pensado por forma a poder intervir a nível económico (com a transformação e venda dos produtos agrícolas), arquitectónico, (com a recuperação de edifícios e renovação das acessibilidades), cultural, desportivo, turístico e social, ou seja, \\"em tudo que é necessário para o bem-estar das populações\\".

Segundo o presidente da Fata, Abreu Lima, até agora o desenvolvimento no meio rural tem sido apenas na área arquitectónica, mas, na sua opinião, para haver um desenvolvimento harmonioso das aldeias \\"tem que existir uma base agrícola.\\" \\"No meio rural, a agricultura é incontornável, é estratégica e tem que existir\\", sublinha.

Em declarações ao Semanário TRANSMONTANO, Abreu Lima afirmou que, \\"com a criação deste projecto, a Fata pretende dar provas aos jovens de que é possível ganhar dinheiro e viver bem nas aldeias\\", mas \\"para isso é preciso tornar as aldeias mais bonitas\\". E \\"ainda há um sem número de coisas para fazer\\", acrescentou.

De entre as várias aldeias de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Fata seleccionou uma em cada agrupamento dos municípios, por forma a existir \\"dispersão\\" e não ficarem todas incluídas no mesmo concelho\\", e deu prioridade às aldeias que tivessem projectos aprovados na área agrícola, como por exemplo a nível do regadio e emparcelamento. Assim, vão fazer parte das aldeias de 4ª geração Gostei (no concelho de Bragança), Lagoa (Macedo de Cavaleiros), Campeã (Vila Real), Santa Cruz, (Armamar), Vilarelho de Raia (Chaves) e Cabeça Boa (Torre de Moncorvo).

Para assegurar o \\"melhor desenvolvimento e actuação\\" deste projecto, a Fata pretende também disponibilizar três técnicos, que durante dois anos irão dar assistência à população das aldeias, fazendo reuniões com os promotores locais e auscultando as suas necessidades. \\"A estes técnicos, que serão os agentes de desenvolvimento das aldeias, cabe-lhes acompanhar o projecto, desenvolver as potencialidades desses meios, incutir às pessoas a importância e a necessidade em apostar nas aldeias e ajudar e esclarecer a população sempre que necessário\\", explicou o presidente da Fata.

Abreu Lima referiu ainda que, neste projecto, \\"é importante o papel da Associação de Municípios de Trás-os-Montes e Alto Douro, porque tem verbas para investir na melhoria das condições de vida das populações\\", assim como é \\"necessário\\" o contributo da Direcção Regional de Agricultura de Trás-os-Montes e Alto Douro, \\"devido à sua experiência, que pode ser útil para ajudar na discussão, divulgação e aprovação dos projectos\\".



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