Na passada sexta-feira, 22 dos 24 trabalhadores do Centro de Distribuição Postal (CDP) de Chaves reuniram-se em plenário (razão pela qual se verificaram atrasos na distribuição de correspondência nesse dia). Da reunião saiu a decisão de recurso à greve caso a direcção dos CTT não responda afirmativamente ao conjunto de reivindicações que os trabalhadores lhe vão fazer chegar por escrito.

Uma das maiores preocupações dos carteiros flavienses prende-se com a alegada privatização de três giros rurais (respeitantes a doze freguesias) que os Correios se preparam para pÎr em prática. Os funcionários do CDP estão contra a entrega da distribuição de correio a privados porque entendem que essa medida vai levar a despedimentos e diminuir a qualidade dos serviços prestados às populações. O pagamento de vales de pensões, mediante o pagamento de uma taxa, é um \"serviço social\" que, segundo os carteiros, pode inclusivamente \"estar em causa\". Para estes trabalhadores, outra desvantagem desta \"privatização\" será uma crescente \"desresponsabilização\", com \"as reclamações [que agora eram feitas aos carteiros] a andarem de um lado para o outro\".

Temendo que esta medida, a médio prazo, se estenda a todos os giros rurais, os carteiros vão agendar reuniões com os presidentes das juntas de freguesia rurais do concelho, \"no sentido de também eles se envolverem nesta luta\".

A renovação da frota de carros e motas de distribuição do correio é outra das reivindicações dos carteiros. Isto porque alegam que os veículos que são utilizados, \"já com milhares de quilómetros, não oferecem condições de segurança\". \"Há dias em que sou obrigado a passar na oficina antes e depois da distribuição\", referiu, a título de exemplo, Joaquim Vassal, carteiro e membro da secção regional do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT).

Outra das exigências dos trabalhadores do CDP prende-se com o mapa de férias, já que \"a um mês de iniciar esse período ainda não está elaborado\".

Os carteiros acusam ainda a empresa de \"má gestão\", concretamente \"por ter admitido um administrador que detém a maioria de capital de uma empresa da concorrência [Express-Mail]\". Por isso, dizem não estar dispostos a \"abdicar de algumas regalias (como nos pedem), no sentido de ajudar a empresa a ultrapassar uma alegada crise da qual nós não temos culpa alguma\".

Assim, caso a direcção da empresa não cumpra estas exigências, os trabalhadores do CDP flaviense ameaçam fazer greve no próximo dia 17 de Abril. Uma forma de luta que garantem repetir nos dias 30 de Abril e 2 de Maio, se a empresa não \"arrepiar caminho\".



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