Em Balsemão, Macedo de Cavaleiros, há um convento de portas abertas a migrantes e refugiados, que ali encontram acolhimento, formação e apoio para se integrarem em Portugal, disse o padre Eduardo Novo.

Desde dezembro de 2022 já passaram pelo Convento de Balsemão, no distrito de Bragança, cerca de 300 pessoas, maioritariamente jovens, e muitos fixaram-se neste território.

Neste momento encontram-se naquela estrutura de acolhimento temporário 30 migrantes e 21 refugiados, dos 20 aos 68 anos, provenientes de países como Timor Leste, Nepal, Paquistão, Índia, Nigéria, Arménia, Colômbia ou Guiné-Conacri e que são encaminhados pela Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) e pela Segurança Social.

“É um convento de portas abertas para os imigrantes”, afirmou o padre Eduardo Novo, reitor do convento, que falava aos jornalistas à margem do encontro sobre “Desafios e Políticas de Integração de Migrantes – Uma Visão Atlântica”, que decorre hoje na Unidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real.

Portas abertas, explicou, no sentido de acolher e de apresentar um caminho que assenta em cinco pilares: - acolhimento, integração, formação, autonomização e acompanhamento da autonomização.

“Estes cinco percursos ajudam-nos, de facto, a poder acolher e integrar, nas diferentes culturas, países. Em Balsemão já passaram mais de 300 pessoas de mais de 15 nacionalidades diferentes e de mais de três ou quatro religiões diferentes. Reescrevemos a história da humanidade nesta capacidade de acolher e apontar caminhos, rumos, dar oportunidade às pessoas”, salientou.

E, ao mesmo tempo, “ajudar que cada um tenha um projeto de vida, de felicidade, integração”.

Naquele local, para além de um espaço temporário para viver, encontram também uma ajuda para a integração e inserção no mercado de trabalho, havendo já casos de pessoas que se fixaram pela região e estão a trabalhar na agricultura, restauração, mas também rumaram a outros territórios e arranjaram emprego nas indústrias do calçado e dos laticínios.

Segundo Eduardo Novo, no convento é dada formação em língua portuguesa, simultaneamente com história, cultura, geografia de Portugal, são dadas aulas de cidadania ainda formação prática relacionada com, por exemplo, a cozinha, bar e mesa, higiene pessoal, higiene comunitária, etc.

“Temos ali 14 percursos que nós estamos a apontar como fundamentais e prioridade na formação, depois temos algumas empresas que colaboram connosco a nível nacional que nos ajudam também a permitir essa autonomização, que eles possam ter trabalho com dignidade e, depois, fazemos também o acompanhamento dessa autonomização, isto é, ajudar que não se esqueçam de pagar a água, a luz, a renda e se efetivamente a casa se mantém limpa”, frisou.

Num espaço onde se cruza gente de tão diferentes nacionalidades, o sacerdote disse que há uma “língua universal que é o amor”, mas depois também o inglês, francês ou até mesmo os gestos.

O convento estava a funcionar como alojamento local, uma atividade que está, agora, em suspenso, para o acolhimento dos migrantes e refugiados.

O encontro sobre migrações é promovido pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional (APDR) e quer envolver a sociedade civil na análise e no debate das situações de integração de migrantes em Portugal.



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