O presidente da Câmara de Mirandela, o social democrata José Silvano, quer repetir nas autárquicas a «reforçada vitória» que o PSD obteve neste concelho nas legislativas, mas sem Manuela Ferreira Leite na campanha.
José Silvano disse à Lusa que já tinha convidado o ex-presidente do PSD, Marques Mendes, para o comício de encerramento da sua campanha às autárquicas, em que concorre a um quarto mandato na Câmara de Mirandela.
Silvano esclareceu que, já antes dos resultados eleitorais das legislativas de Domingo, \\"achava que a mais-valia do partido não era Manuela Ferreira Leite\\".
O autarca social democrata considera, porém que \\"não foi só Manuela Ferreira Leite que falhou, mas toda a equipa\\".
Entende no entanto que essa reflexão deve ser feita depois das eleições autárquicas, mas antecipa desde já que defenderá que \\"o PSD tem de mudar todos os rostos da actual e de anteriores lideranças\\", nomeadamente ministros e dirigentes que se vão mantendo ao longo dos anos.
Para José Silvano, \\"o PSD precisa de outros protagonistas, de pessoas úteis, com provas dadas, que pode ir buscar às autarquias e à sociedade civil\\".
Sem querer pronunciar-se sobre o protagonistas da nova liderança, diz, no entanto não ter dúvidas de que Pedro Passos Coelho será um dos nomes presentes na reflexão sobre o futuro do partido.
Outro nome que aponta é o de Paulo Rangel, que o autarca transmontano considera \\"ter dado boa conta de si\\" nas eleições europeias.
José Silvano é um dos mais antigos dirigentes do PSD no Distrito de Bragança, tendo-se destacado no plano nacional pelas suas posições de contestação tanto no seio do próprio partido, com posições contrárias no referendo da regionalização, como contra o Governo socialista contra o encerramento de serviços de saúde.
O autarca entende mesmo que \\"foi a revolta que levou os mirandelenses a penalizarem\\", nas legislativas de Domingo \\"as políticas erradas do Governo PS\\", como o encerramento da maternidade e urgências em Mirandela.
O PSD venceu as eleições, em Mirandela, com 43 por cento, mais 21 por cento dos votos do que o PS, quando em 2005 a diferença que separou os dois partidos foi inferior a cinco por cento.