A Cooperativa Agro-Pecuária Mirandesa (CAPM) vai voltar a abater animais no matadouro de Bragança.
Recorde-se que, no ano passado, esta organização abandonou o matadouro de Bragança, quando lhe foi negada a venda da maioria das quotas da unidade de abate. Na altura, a CAPM era accionista da Terra Fria Carnes, com uma quota de 26 por cento.
Com a aquisição da maioria do capital social, a CAPM pretendia assumir a gestão da empresa por discordar da gestão que estava a ser levada a cabo.
Esta situação levou a CAPM a deixar de abater os animais de raça mirandesa no matadouro de Bragança, distribuindo os bovinos pelas unidades de Miranda do Douro, Vinhais e Cachão (Mirandela).
A crise vivida pelo matadouro de Bragança levou a empresa Terra Fria Carnes a apresentar uma proposta à CAPM, com vista a cativar os abates da raça mirandesa, que, anteriormente, representavam um terço da laboração do matadouro.
Depois da análise da proposta, os responsáveis do maior operador privado de carne da região decidiu reiniciar os abates unidade de Bragança, fazendo uma distribuição dos animais pelos quatro matadouros do Nordeste Transmontano.
Carcaças mirandesas voltam ainda este mês
Apesar do regresso ao matadouro da capital de distrito ainda não ter data marcada, o secretário técnico da CAPM, Fernando Sousa, admite que há animais que vão ser mortos em Bragança ainda durante este mês.
Para já, o responsável afirma que estão a ser avaliadas as questões logísticas, para depois ser feita a reestruturação do serviço e a avaliação da qualidade.
Quanto aos animais que serão abatidos no matadouro de Bragança, Fernando Sousa realça que será feita uma selecção de acordo com as características das carcaças, a capacidade do matadouro e as exigências dos clientes.
No entanto, a Cooperativa Mirandesa aposta no abate dos animais nos matadouros mais próximos do local das explorações, para garantir uma maior qualidade da carne que vai para o mercado.
Dado que a CAPM abate cerca de 50 carcaças por semana, a reentrada deste novo operador para o matadouro de Bragança representa um impulso à situação financeira em que se encontra a unidade de abate.