Os sócios da Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros, que ali depositaram as sua colheita de uvas resultantes da campanha de 2001, ainda não receberam o pagamento das mesmas.
No decurso normal, estes valores deveriam ter sido pagos antes da colheita de 2002, que começou a 30 de Setembro, mas tal não foi possível porque o produto da colheita dos sócios ainda não foi valorizado e realizado por parte da cooperativa.
Ao que o jornal NORDESTE apurou, até agora pouco mais do que 20 % da produção de 2001 foi vendida, sendo que os principais meios de comercialização são a venda directa, efectuada ao publico nas instalações da cooperativa, que é responsável pela grande parte do escoamento da produção, e a venda a revendedores, por grosso.
Esta situação resulta do facto de ter havido 4 anos consecutivos de boas colheitas o que tem aumentado progressivamente as reservas de vinho na cooperativa.
O armazenamento do resultado da safra de 2002 não está em risco já que, segundo Luís Manuel Colmeeiro Rodrigues, presidente da direcção, a cooperativa vai recolher todas as uvas dos sócios e proceder com normalidade.
O facto de Macedo de Cavaleiros não possuir nenhuma zona privilegiada de produção de vinho, e a não existência de uma marca que facilite a introdução no mercado, faz com que seja difícil escoar o vinho, já que o consumo de vinho de menor qualidade tem diminuído no país, ao contrário dos vinhos provenientes de regiões demarcadas. Este facto faz com que Luís Manuel Colmeeiro Rodrigues afirme que os investimentos na área de produção de vinho não são prioridade.

Sem prazo

A direcção ainda não pode afirmar em definitivo quando é que esta situação pode ser normalizada, já que é necessário realizar a venda do vinho para obter valores e datas seguras, mas foi-nos adiantado que estão a decorrer contactos para o escoamento da produção, o que permitirá o pagamento aos produtores antes do fim do ano. Quanto aos valores a pagar, estes serão no mínimo 2$00 por grau de álcool. Este valor que representa cerca de 25 ou 26 escudos por quilo de uvas, dificilmente consegue fazer face aos custos de produção dos agricultores, já que para a vinha ser bem cuidada requer processos muito onerosos, tanto pelo custo dos produtos químicos como, e principalmente, pela quantidade de mão-de-obra que é necessário despender e que está cada vez mais cara.
Estes factos influenciam gravemente os recursos económicos dos agricultores já de sí com dificuldades de rendimento. Chegando mesmo a falar-se do abandono por parte dos produtores vinhateiros das suas explorações.



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