A Cooperativa dos Olivicultores de Murça conquistou 50 prémios em concursos nacionais e internacionais em 2023, oito com o novo azeite com cacau, um reconhecimento que se reflete no aumento das vendas e na fidelização dos consumidores.
"Os prémios arrastam a notoriedade que é necessária para as pessoas reconhecerem a marca, perceberem que estamos a falar de azeites diferentes e isto faz com que haja alguma atratividade do consumidor para conhecer, provar, e aquilo que temos notado é que há um processo de fidelização bastante grande. Não é só em conseguirmos novos consumidores, mas mantê-los”, afirmou hoje à agência Lusa o presidente da direção da cooperativa, Francisco Ribeiro.
Segundo referiu, a organização tem crescido cerca de 20% por ano em vendas de produto embalado ao consumidor final e parceiros, sendo que deverá terminar o ano com um volume de negócios a rondar os 1,2 milhões de euros diretos.
O responsável disse que 2023 foi "um dos melhores anos de sempre" da Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Murça conquistando 50 prémios nacionais e internacionais.
Para além do tradicional azeite aqui produzido, como o extra virgem e de Denominação de Origem Protegida (DOP) Trás-os-Montes, este ano foi também lançado no mercado um novo produto: um azeite com fusão de cacau.
Segundo Francisco Ribeiro, este foi o “primeiro azeite do mundo elaborado a partir da fusão de azeitonas com cacau”, neste caso cacau biológico da roça Diogo Vaz, de São Tomé e Príncipe.
Este produto quis também homenagear o marquês de Valle Flor, natural de Murça, que no século XIX foi proprietário de várias roças em São Tomé, tendo sido considerado um dos maiores produtores de cacau do mundo.
“Criamos um azeite com cacau, 100% natural, não é uma essência com odor a chocolate que é adicionado no final da extração. Foram fundidos dois produtos no processo de maceração para criar um azeite diferente, um azeite aromatizado com cacau”, realçou.
Esta foi, explicou, uma forma de diversificar os produtos da cooperativa e encontrar novos nichos de mercado.
Segundo Francisco Ribeiro, logo no ano de lançamento o novo produto conquistou oito medalhas, nomeadamente duas de ouro, um num concurso nacional de condimentos alimentares tradicionais e outra em Los Angeles, Estados Unidos da América, na classe dos azeites aromatizados.
E da Argentina, acrescentou, chegou um “prémio inovação”, explicando que foram feitos mil litros de azeite com cacau, um produto em que a cooperativa vai voltar a apostar em 2024.
A cooperativa do distrito de Vila Real, que possui cerca de mil associados, vende 70% da sua produção no mercado nacional.
Na cooperativa de Murça entraram, nesta campanha, cerca de 2,5 milhões de quilos de azeitona e foram produzidos à volta de 300 mil litros de azeite.
O responsável explicou que este ano houve um aumento de azeitona, comparativamente com o ano anterior, mas que pouco se refletiu na produção de azeite, porque foram necessários mais quilos de azeitona para o mesmo litro de azeite.