O presidente da Câmara de Moncorvo congratulou-se hoje com a presença do primeiro-ministro na apresentação do projeto mineiro previsto para o concelho, após ter lamentado a ausência de governantes durante a iniciativa "Governo Mais Próximo", que decorreu em Bragança.
"O senhor primeiro-ministro reconheceu que um investimento da envergadura como é o da reabertura das minas de ferro de Torre de Moncorvo merece que o Governo esteja presente nesta iniciativa. O ato esteve agendado para quinta-feira, sendo adiando, por convergência de agendas entre as partes intervenientes", para o dia 13, disse à Lusa Nuno Gonçalves.
Nuno Gonçalves lamentou, no dia 27 de fevereiro, a ausência do primeiro-ministro, António Costa, e de outros membros do Governo no concelho, aquando da iniciativa "Governo Mais Próximo", que decorreu no distrito de Bragança, dado o investimento em curso de 552 milhões de euros para a exploração de minério de ferro.
"Como na altura lamentei a ausência do senhor primeiro-ministro e de outros membros do Governo, no meu concelho, durante a iniciativa ‘Governo Mais Próximo', agora congratulou-me com a visita marcada para o dia 13 de março, no sentido de haver convergência de agendas, para dar início ao projeto de prospeção mineira no meu concelho", vincou o autarca trasmontano.
Para Nuno Gonçalves, a presença de António Costa neste ato público vem dar força ao discurso que o Governo tem tido sobre o interior, sobre os problemas demográficos, a necessidade de investimento e a criação de emprego.
"Uma força do poder central é fundamental para o arranque deste grande projeto", frisou.
As minas de Moncorvo, cuja concessão de 2016 foi entregue à MTI, Ferro de Moncorvo, SA, "são atraentes para a Aethel Mining não só pela suas perspetivas económicas, mas também pelo seu perfil de sustentabilidade - sendo um depósito de minério de ferro muito significativo no coração da Europa - e pelo seu potencial para revitalizar um ativo histórico da economia local", descreveu a empresa, aquando da assinatura do tratado concessão.
A Aethel destacava ainda que o seu projeto para Moncorvo se "diferencia" do de todos os seus pares pelo "pleno uso da sua visão de sustentabilidade e sensibilidade ambiental".
Em novembro 2016, quando foi assinado com a MTI o contrato definitivo relativo a esta concessão, o então ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, realçou "o empenho colocado pelo Governo para agilizar este projeto", noticiou a Lusa.
A MTI dizia esperar investir 114 milhões de euros até 2026 e produzir cerca de seis milhões de toneladas de minério nos primeiros cinco anos de laboração.
Segundo a MTI, numa primeira etapa considera-se a criação de mais de 200 postos de trabalho diretos, a que acrescerão mais de 250 nas etapas seguintes. Estima-se ainda a criação de 800 postos de trabalho indiretos.
As minas de ferro de Torre de Moncorvo foram a maior empregadora da região na década de 1950, chegando a recrutar 1.500 mineiros.
A exploração de minério foi suspensa em 1983, com a falência da Ferrominas.