A CP confirmou hoje que vendeu a "Locomotiva Histórica" estacionada na estação do Tua a um interessado estrangeiro, sem referir a nacionalidade.
"Quando a CP tem material [ferroviário] circulante que já está retirado do seu serviço comercial e para o qual não prevê futuras oportunidades de utilização no contexto da sua atividade, são avaliadas várias possibilidades, nomeadamente, o potencial interesse histórico e/ou museológico, avaliado pela Fundação do Museu Nacional Ferroviário", explicou hoje à Lusa a empresa ferroviária nacional.
No caso da "Locomotiva Histórica" estacionada na estação do Tua, a CP assinala que foram seguidos estes procedimentos e refere que, na sequência das avaliações feitas, aquele material circulante foi efetivamente vendido a um comprador estrangeiro, que já havia manifestado interesse no negócio.
Segundo a CP, há interesse em "preservar" o espólio, apontando a alternativa de encontrar "potenciais interessados" na sua aquisição para eventual futura utilização.
No dia 11 de março, o presidente da Câmara de Carrazeda de Ansiães, distrito de Bragança, pediu ao Governo que exigisse a reversão do processo de venda de "locomotiva histórica" que esteve estacionada na estação do Tua.
A autarquia atribuía o negócio à Infraestruturas de Portugal (IP) que já se demarcou do processo, enviando uma nota à agência Lusa onde informa que a venda/alienação de material circulante ferroviário não é da sua competência.
O Bloco de Esquerda (BE) havia anunciado na altura que questionou o Governo sobre as condições do processo de venda da "locomotiva histórica.
Para o BE, o desmantelamento do património histórico da ferrovia configura uma decisão "atentatória do património histórico-cultural da região e, em particular, da própria CP".
Lusa, Foto: José Assunção