A Universidade de Greensboro, na Carolina do Norte, atribuiu a uma jovem portuguesa o prémio “Kate R. Barrett”, destinado a distinguir estudantes que se sobressaiam no meio académico, seja pelas suas notas ou pelo trabalho que desenvolvem. O mérito cabe a Cristina Rolo, uma albicastrense que está na recta final do seu Doutoramento em Psicologia do Desporto e Exercício e tem ainda tempo para divulgar Portugal por aquelas paragens.

A Universidade de Greensboro, na Carolina do Norte, EUA, atribuiu à estudante portuguesa Cristina Rolo o prémio “Kate R. Barrett”, destinado a distinguir pessoas que se destaquem no meio académico, quer pelas suas notas, quer pelo seu trabalho de investigação ou prática pedagógica. A entrega do prémio vai decorrer durante uma cerimónia oficial, que terá lugar no próximo dia 8 de Abril naquela universidade.

Este é o segundo ano consecutivo que a Universidade de Greensboro atribui tal distinção à albicastrense Cristina Rolo, que ali frequenta o terceiro ano do Doutoramento em Psicologia do Desporto e Exercício. Aliás, Cristina Rolo foi a primeira portuguesa admitida nesta instituição, considerada uma das mais conceituadas universidades no ramo.

Cristina Rolo tem 30 anos, nasceu em Lourenço Marques, Moçambique, mas cresceu em Castelo Branco, Beira Baixa, onde a família se estabeleceu.
É licenciada em Ciências do Desporto na Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa, fez depois o primeiro Mestrado que existiu em Portugal em Psicologia do Desporto e optou pelos EUA para fazer o Doutoramento.

“Gosto muito de aprender e de partilhar aquilo que aprendo com os outros, ajudando-os a viver melhor e a ter melhores rendimentos, seja a nível de desporto, seja a outros níveis. Por isso comecei a pensar em fazer o Doutoramento, mas em Portugal é difícil, às vezes não temos os artigos e os livros disponíveis, então pensei nos Estados Unidos, uma vez que a maior parte da investigação é feita aqui e tem outras condições”, conta Cristina Rolo ao O Emigrante/Mundo Português.

A jovem decidiu candidatar-se à Universidade de Greensboro depois de conhecer num congresso em Madrid aquele que é actualmente o seu orientador, uma autoridade mundial em Psicologia Aplicada ao Desporto que lecciona nesta universidade.

Uma vez admitida em Greensboro, Cristina fez as malas e foi para os EUA em Agosto de 2000. Consigo levou uma companhia muito especial, a mãe, Emília Rolo, de 70 anos, que tem desempenhado um papel fundamental ao longo destes três anos.

Em Greensboro, a jovem portuguesa dedica-se quase exclusivamente aos estudos e ao trabalho. Tem a seu cargo o treino psicológico de equipas de ténis, golfe e voleibol e tem realizado diversos projectos de Investigação Aplicada e Formação de Treinadores, assim como diversas “workshops”, em colaboração com o Comité Olímpico dos Estados Unidos (USOC), a Associação de Ténis (USTA) e a Liga Nacional de Futebol Americana (NFL). Para além disso, Cristina lecciona as disciplinas de Ténis e Sucesso Académico. No próximo mês de Julho, mais uma etapa: o prémio “Kate R. Barrett” vai levar Cristina Rolo até à Copenhaga, na Dinamarca, onde irá participar como oradora no Congresso da Federação Europeia de Psicologia do Desporto (FEPSAC).

A jovem prevê acabar o seu Doutoramento em Maio de 2004. Este será assim o coroar de um invejável percurso académico, e o pontapé de saída para uma carreira que se adivinha de sucesso.

Quando regressar a Portugal, Cristina pretende voltar a dar aulas de Educação Física na Escola Secundária de Castelo Branco, onde está efectiva. Lá pretende ficar dois anos e depois “todas as portas estão em aberto”.

Cristina Rolo considera que em Portugal a área da Psicologia Desportiva “está em desenvolvimento” e as pessoas “acreditam já na necessidade de desenvolver, não só o físico e a parte técnica, mas também a parte psicológica”. Optimista quanto ao futuro, a jovem revela que “o que precisamos agora é de pessoas que trabalhem nessa área e o meu objectivo é, ao mesmo tempo que estiver a dar aulas na escola, trabalhar com atletas e outras pessoas que precisem de melhorar o seu rendimento e qualidade de vida”.

O objectivo de Cristina é “partilhar todo o conhecimento adquirido” nos Estados Unidos, o que considera ter sido uma “experiência excelente”. “Tenho partilhado os meus conhecimentos fazendo consultoria com atletas, informando, por exemplo estudantes que estão em reprovação académica, ou seja, que não atingiram uma nota mínima, e gostaria de fazer isso também para as pessoas do meu país, partilhar com eles os meus conhecimentos, quer seja através de consultoria psicológica, quer através de realização de ateliers de formação e outras iniciativas deste tipo”, sublinha.

Independentemente daquilo que venha a fazer, um coisa parece certa - Cristina irá, concerteza, fazê-lo bem. Para já, aguarda com expectativa o dia 8 de Abril, dia da entrega dos prémios “Kate R. Barrett”. Porquê? “Nesse dia vai haver um banquete com os patrocinadores e os elementos máximos da Universidade no qual serão entregues os prémios, vão então dizer o nosso nome, de onde somos e o que estamos a fazer e nessa altura vão mencionar Portugal, o que é bom. Ficamos sempre muito orgulhosos por estar a divulgar positivamente o nosso país”...



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