O embaixador do Brasil em Portugal disse hoje, no Porto, que o melhor conselho que pode dar aos empresários portugueses «é que aproveitem o mercado brasileiro e as oportunidades que oferece».

Mário Vilalva falava à Agência Lusa a bordo de uma embarcação para cruzeiros no rio Douro, onde almoçou com cerca de 60 empresários dos dois países, com quem abordou relações comerciais bilaterais.

\"O mercado brasileiro dá escala às empresas portuguesa que são boas, competitivas e que precisam de continuar a crescer\", reforçou o diplomata.

Mário Vilalva afirma que \"o Brasil está aberto aos países amigos e sobretudo a Portugal\", tendo recordado aos empresários com os quais se avistou hoje que o presidente Lula alargou ao nosso país \"um programa que promove as importações\" inicialmente criado apenas para os países da América do Sul.

O embaixador informou que Portugal e o Brasil vão \"começar agora um estudo com vista a \"aprofundar o conhecimento das verdadeiras oportunidades existentes em ambos os mercados e revelar os nichos de mercado ou setores\" para investir.

\"Mas não devemos nunca ficar unicamente pela procura de nichos no comércio bilateral, devemos sobretudo olhar com mais atenção a parte de investimentos, porque é esta parte que gera muita riqueza e muito emprego\", considerou

A balança comercial entre os dois países pesa a favor do Brasil, mas há um setor em que Portugal exibe um saldo positivo, o dos serviços.\"Exportamos mais de 800 milhões de euros nesta área\" concreta, disse à Lusa o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira (CCILB).

António Bustorff, que também esteve presente no almoço com o embaixador, frisou que \"Portugal exportou \"mais de 600 milhões de euros de mercadorias\" para o Brasil, que neste setor é claramente superavitário, em boa parte devido à petroquímica.

O responsável disse que o incremento dos laços comerciais bilaterais pode passar pelo relançamento do projeto de realizar em Lisboa uma \"feira europeia de produtos brasileiros\" com caráter \"bienal\"

A ideia surgiu, sensivelmente, em meados da década anterior, perdeu entretanto fulgor e pode agora regressar, de acordo com António Bustorff.

O presidente da CCILB disse que \"a ideia era ir para a nova FIL\", em Lisboa, e \"ocupar os quatro pavilhões\" c com agroindústria, aeronáutica e outros setores em que o Brasil dá hoje cartas a nível mundial.

O empresário Mário Ferreira, da Douro Azul, maior operador de turismo no rio Douro, planeia exportar este conceito para o Amazonas, \"no percurso entre Manaus e Quitos\".

\"São dois mil quilómetros\", salientou.

O investimento ascende a \"35 milhões de euros\" e a empresa portuguesa planeia começar com \"um barco-hotel\", maior do que aqueles que sulcam o Douro.



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