As Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC) revelaram-se polivalentes e determinantes para o combate à covid-19 a nível da testagem, vigilância e vacinação, disse hoje o diretor do Agrupamento de Centros de Saúde do Douro I.

“Os profissionais que estão nestas unidades foram aqueles que, sempre que solicitados para intervenções no âmbito da pandemia, conseguiram com muita facilidade dar resposta às testagens em massa em lares, em creches, em contextos domiciliários e que transportaram esse conhecimento para os processos de vacinação, de vigilância e de acompanhamento de doentes infetados”, afirmou Gabriel Martins à agência Lusa.

O responsável falava à margem da inauguração das novas instalações da UCC de Santa Marta de Penaguião, uma iniciativa que resultou de uma parceria com entre o ACES e o município do distrito de Vila Real.

O responsável pelo ACES Douro I – Marão e Douro Norte aproveitou para elogiar o trabalho desenvolvido pelos profissionais das UCC que incide na comunidade, mas aumentou exponencialmente com a pandemia de covid-19.

“Tiveram e continuam a ter um trabalho extraordinário de ampla polivalência, sem qualquer desprimor para as outras unidades de saúde, mas efetivamente são as UCC que melhor se integram nestes contextos da comunidade e melhor conseguem responder quando o ACES necessita de, por exemplo, uma testagem em massa em determinado contexto, ou quando necessita da vigilância domiciliária”, frisou.

Intervêm ainda a nível dos centros de vacinação e foram estes profissionais que realizaram a vacinação domiciliária.

Gabriel Martins referiu que, ao longo deste último ano, marcado pela pandemia, foram várias as situações em que a atuação das UCC foi determinante e deu como exemplo o caso de utentes dependentes que, por infeção dos cuidadores, ficaram sem cuidador de um momento para o outro.

“As UCC tiveram aqui um trabalho muito meritório e continuam a tê-lo e penso que cada vez mais é preciso apostar, reforçar estas unidades e dotá-las de recursos para que possam continuar a cumprir essa missão porque, como constatamos, estamos longe de acabar a resposta à pandemia”, salientou.

Clara Leite, coordenadora da UCC de Santa Marta de Penaguião, referiu que esta equipa conhece praticamente toda a comunidade do concelho e salientou que o trabalho aumentou “muito com a pandemia”.

“Foram tempos muitos difíceis, em que não tínhamos horário de saída. Foi complicado e tivemos que nos adaptar a situações, como toda a gente, foi um crescendo de trabalho mas conseguimos fazer aquilo que nos competia”, salientou.

O trabalho regular das UCC na comunidade engloba praticamente “desde o nascimento até à velhice” e a intervenção é feita nas escolas, nas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), nos lares e levam ainda cuidados de saúde ao domicílio.

O presidente da Câmara de Santa Marta de Penaguião, Luís Machado, referiu que com as novas instalações da UCC, cedidas pelo município, esta equipa de enfermeiros, médicos assistentes técnica e operacional, serviço social, nutricionista e psicólogo, ficam com “mais espaço e melhores condições de trabalho”.

O autarca frisou que o principal objetivo da autarquia é o “bem-estar das pessoas” e disse que, por ano, a câmara canaliza cerca de 150 mil euros para o apoio social.

Na área de intervenção do ACES Douro I há sete UCC, duas em Vila Real e a do Douro serve Peso da Régua e Mesão Frio. Este agrupamento agrega ainda Alijó, Murça, Sabrosa e Santa Marta de Penaguião.

Nestes sete municípios há 56 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus, 53 dos quais no concelho de Vila Real.

Em Portugal, morreram 17.108 pessoas e foram confirmados 884.442 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.



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