O bispo de Bragança-Miranda concluiu a visita pastoral a um “povo com chão e com céu” realizada ao longo de quatro anos onde visitou as 326 paróquias com “surpresas” e, sobretudo, “proximidade com Cristo e com o Evangelho”.

“Na conclusão [da visita pastoral] o que se me ofereceu como síntese é que é um povo com chão e com céu porque tem memória, tem história, tem um enorme potencial e tem céu, tem esperança. Tem horizontes enraizados na cultura cristã”, explicou D. José Cordeiro à Agência Ecclesia.

O bispo da Diocese de Bragança-Miranda observou que as características locais podem originar “algum desalento” pelo envelhecimento da população afinal num “território muito vasto”, que é a “quarta maior diocese de Portugal”, a situação da população é “alarmante” não chegando às 130 mil pessoas.

Apesar da diminuição da população o prelado dá conta da existência de “muitas estruturas” na diocese que tem 326 paróquias num total de 545 comunidades, “onde se celebra a Eucaristia regularmente”, com 56 párocos com as equipas pastorais em 22 unidades pastorais.

Segundo D. José Cordeiro as unidades pastorais são “uma necessidade” e, ao mesmo tempo, “uma nova realidade” porque ajudam a “criar mais laços” e a fazer das dificuldades “novas oportunidades”.

O prelado no final da visita pastoral, realizada entre setembro de 2012 e 24 de julho de 2016, não teve a sensação de missão cumprida mas “apenas de dever realizado”.

No próximo Ano Litúrgico e Pastoral 2016-2017 a diocese vai repensar nos vários organismos de comunhão essas estruturas e as características ao “serviço da missão do Evangelho”.

Na opinião do bispo de Bragança-Miranda a adaptação das estruturas à missão começa pela sede da diocese uma vez que as pessoas que ali vivem e as que estão “efetiva e afetivamente comprometidas com o Evangelho e na vivência na Igreja” reclamam “uma nova reorganização pastoral” que mantenha a proximidade mas faça “convergir melhor os recursos humanos e estruturais ao serviço da evangelização”.

Dando o exemplo da Sé de Bragança o bispo considera que, o lugar de culto inaugurado em 2001, “precisa de ser mais potenciada sendo, simultaneamente, “paroquial e capitular” não se destina apenas ao culto mas também à cultura porque “tem condições e capacidade” até pela localização.

Ao nível diocesano está em análise uma união ou fusão de paróquias ou “manter o que está com uma nova configuração”.

D. José Cordeiro adianta também que já estão a projetar o triénio de 2017-2020 que vai focar-se na iniciação cristã para existir “o salto qualitativo” de fiéis muito religiosos para o “compromisso e para a corresponsabilidade na fé”.

Para o bispo de Bragança-Miranda a reorganização territorial revela-se mais fácil que a “conversão pastoral” mas não desanima, nem desiste porque mesmo com “algumas resistências” é interessante ver como algumas pessoas mais resistentes “são agora dos mais entusiasmados e fervorosos”.

“Os frutos hão de aparecer e esta nova mentalidade, nova cultura eclesial, peregrina como diocese e não apenas como capelinha, paróquia, como unidade pastoral vai crescendo”, desenvolveu D. José Cordeiro.
Agência Ecclesia, Foto: Raul Coelho



PARTILHAR:

Comboio impedido de sair do Pinhão durante uma hora

Mogadouro investe 390 mil euros em caminhos agrícolas