A ministra da Coesão, Ana Abrunhosa, disse hoje, em Freixo de Espada à Cinta, que foi dado um passo importante na reativação do troço da linha férrea do Douro que liga o Pocinho à Barca d’Alva.
“Não é o início, não é o fim. Mas muitas das vezes estes momentos intermédios são muito mais importantes do que a celebração da obra, porque de facto hoje tivemos duas apresentações muito importantes que resultaram de um compromisso que fizemos no passado, que foi constituir um grupo de trabalho para a elaboração de estudo”, explicou a governante.
A ministra da Coesão falava em Freixo de Espada à Cinta, no distrito de Bragança, no decurso da cerimónia de apresentação dos Estudo da Viabilidade Económica, Técnica e Ambiental da reativação da linha do Douro num troço de 28 quilómetros que ligam o Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) e Barca d´Alva (Figueira de Castelo Rodrigo), no distrito da Guarda.
Segundo Ana Abrunhosa, este “passo intermédio” é tão “importante” que justificou a presença de dois governantes na sessão, uma vez que também o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, esteve no local.
“Fazer este troço de via-férrea entre o Pocinho e Barca d’Alva é viável em termos económicos e financeiros. O estudo é claro. E depois é [também] viável técnica e ambientalmente. Obviamente que temos muitos passos a dar pelo caminho. Tecnicamente pode até ser um caso de estudo. Estes estudos são imprescindíveis para nós termos sustentabilidade para se começar a trabalhar no projeto”, vincou Ana Abrunhosa.
Para a ministra, o investimento previsto de 75 milhões de euros na reabilitação deste troço tem benefícios muito superiores, que resultam da atividade turística neste território.
“Esperamos que este projeto venha tornar mais sustentáveis as várias atividades [económicas e turísticas] e venha contribuir para a coesão territorial nestes territórios”, vincou.
A Linha Ferroviária do Douro atualmente liga o Porto ao Pocinho (171,522 quilómetros) e há vários anos que é reivindicada a reabertura dos cerca de 28 quilómetros entre o Pocinho e Barca d’Alva, desativado em 1988.
A reabertura deste troço é defendida por autarcas, instituições e população, que defendem tratar-se de um investimento prioritário para o transporte de pessoas e mercadorias, turismo e ambiente.
O estudo de viabilidade económica da reabilitação da Ligação Ferroviária Pocinho/Barca d’Alva, hoje apresentado, aponta para uma estimativa global de custos na ordem dos 75 milhões de euros, dos quais 60 milhões de euros serão destinados à obra de reabilitação, 3,5 milhões de euros para projetos e 11,2 milhões de euros para fiscalização e estaleiro.
Revela ainda o mesmo estudo que os benefícios totais “são de 84,2 milhões de euros” e que o troço reaberto irá gerar “importantes impactos” no setor do turismo (hotelaria, restauração, transportes), permitindo mitigar a tendência de decréscimo da população residente.
O projeto tem uma dimensão regional, com impactos económicos principalmente nos municípios diretamente servidos por este troço, designadamente Figueira de Castelo Rodrigo, Vila Nova de Foz Côa (Guarda), Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta (Bragança), mas que se estendem a todo o território do Douro e a concelhos da região Centro.
O estudo indica ainda que a reabertura deste troço da Linha do Douro representa uma redução do tempo de viagem em cerca de “30 minutos”, quando comparado com a alternativa rodoviária existente.