Uma feira anual dos principais produtos da região de Bragança vai lançar um desafio ao paladar dos visitantes, convidando a provar um sushi de caça, pesca e castanha, divulgou hoje a organização.
A adaptação dos produtos tradicionais transmontanos ao típico prato japonês ficará a cargo da criatividade de um dos chefs de cozinha que, de 01 a 04 de Novembro, apresentarão, na Norcaça, Norpesca e Norcastanha, vários pratos com os atractivos do certame.
A confecção do sushi com carne de caça, peixe do rio e castanha ficará a cargo do chef Luís Barradas e promete ser um chamativo no certame que leva onze anos a divulgar os produtos emblemáticos da gastronomia e agricultura do Nordeste Transmontano.
O evento reserva, além das exposições e gastronomia, um programa com 23 actividades dentro e fora do recinto do Centro Empresarial de Bragança, como adiantou Rui Caseiro, vice-presidente da Câmara de Bragança.
A autarquia organiza a feira com associações dos sectores e outras entidades, como o Instituto Politécnico de Bragança, e espera cerca de 15 mil visitantes, à semelhança de anos anteriores, apesar dos constrangimentos da crise.
A caça já foi um dos sectores mais dinâmicos da região de Bragança, procurada por caçadores de todo o país e de Espanha, um movimento que tem vindo a diminuir, sobretudo na última década, como realçou Rui Caseiro.
O responsável atribuiu esta quebra à perda de capacidade financeira devido à crise, mas também ao ordenamento cinegético que «ordenou em demasia, dividiu muito, em áreas muito pequenas».
«As zonas de caça que foram criadas, associativas e municipais, algumas não têm área suficiente. Por outro lado, requer-se que haja uma gestão mais profissional e para isso é necessário aplicar mais conhecimentos técnicos, é necessário haver investimento e capacidade financeira para que isso aconteça», defendeu.
Rui Caseiro acredita ser possível recuperar o peso do sector, agrupando a gestão das zonas de caça para ganharem dimensão e atraírem novamente caçadores a uma região que «tem condições únicas para a caça das diversas espécies».
Já a castanha tem feito um percurso inverso, assumindo-se nos últimos anos como «o ouro negro» transmontano, muito valorizado comercialmente.
Bragança é das maiores produtoras nacionais e espera um ano «normal» de produção, apesar de a campanha estar ligeiramente atrasada devido às condições climatéricas.
A feira, que decorre nos primeiros dias de Novembro, tem ainda espaço para o debate no V Fórum Internacional dos Países Produtores de Castanha e para um seminário sobre a zona de caça nacional da Lombada, a maior da região, com mais de 20 mil hectares que, na opinião dos organizadores do evento, «pode ser ainda mais valorizada».
O orçamento do evento sofreu um ajustamento, com uma redução de 20 por cento em relação à edição anterior, fixando-se em cerca de 70 mil euros.