Durão Barroso percorreu no passado sábado o IP4 entre Bragança e Vila Real. Depois, em conferência de imprensa realizada junto ao quilómetro 81.2 do IP4, considerado o troço mais perigoso daquela via, disse que aquele itinerário está neste momento como "um medicamento fora do prazo". "Dentro do prazo, o medicamento cura, fora do prazo de validade, faz mal e pode matar", declarou ali, o dirigente do PSD.

Para o líder laranja, as 100 mortes que já ocorreram no IP4 e a elevada sinistralidade devem-se não apenas ao mau comportamento dos condutores mas também a algumas irresponsabilidades do Estado.

Durão Barroso referiu ainda que, ao mesmo tempo que aumentou o número de mortos, aumentou também o tráfego, o que, na sua opinião, quer dizer que "o IP4 já não possui as dimensões necessárias para o volume de trânsito que actualmente tem".

"Verificamos que ao longo do trajecto do IP4 aumentou o número de mortos em certas áreas, o que também quer dizer que não são os condutores que são bons numa zona e passam a ser maus condutores a seguir", salientou, acrescentendo que "o que mudam são as condições físicas que levam a que a situação piore".

Com a acção de sensibilização "que realizou no IP4, o presidente laranja espera contribuir para uma causa que considera ser "de âmbito nacional".

Política de segurança

Apoiado no facto de Portugal ser o país da União Europeia com maior número de mortos por milhão de habitantes, Durão Barroso disse estarmos perante estatísticas que deveriam envergonhar-nos. E, por isso, disparou: "é importante que o Governo tenha uma política de segurança rodoviária".

O presidente do PSD defendeu acções de esclarecimento a "todos os níveis", um melhor ensino nas escolas de condução, e a correcção das insuficiências ao nível das estruturas rodoviárias.

Durão Barroso insurgiu-se ainda contra a manifesta má sinalização do IP4 e chamou a atenção para o seu piso, "que está danificado".

Por fim, o líder do PSD defendeu a transformação da via em autoestrada.

Para o IP4, onde nos últimos sete anos se registaram 69 mortos do total de 346 que se verificaram no distrito de Vila Real, o Governo de António Guterres anunciou a realização de um conjunto de medidas que deveriam resultar na "redução drástica do número de acidentes", medidas que deveriam ter começado no início de Janeiro deste ano.

O que, segundo Luís Bastos, representante da Associação de Utilizadores do IP4, ainda não aconteceu porque "há a desculpa do mau tempo que nos últimos meses tem assolado a região Norte do país".



PARTILHAR:

No âmbito do III QCA

Connecticut - EUA