O encerramento da linha do Tua por falta de rentabilidade continua a depender da vontade do Governo. Mas o facto de o Instituto Nacional dos Transportes Ferroviários (INTF) ter recomendado à Refer, anteontem, que efectue diversos estudos antes da reabertura da via, devolve ao presidente da Câmara de Mirandela e da Sociedade Metro do Tua, José Silvano, alguma esperança de que a linha não encerre por causa do acidente ferroviário de Fevereiro. \"Tenho o espírito um pouco mais aliviado\", admitiu ontem ao JN.

A queda da automotora ao rio Tua levantou várias suspeitas de que o acidente seria aproveitado para encerrar a linha, por falta de segurança. Ora, os relatórios apontaram as causas de que já se desconfiava o desabamento de terra e pedras para a linha. Portanto, um acidente de causa natural e imprevisível. Daí que Silvano tenha sentido algum alívio. \"Só quem não foi ao local é que não percebeu logo que o acidente se deveu à queda de pedras\", frisou.

O INTF recomendou à Refer que, antes de reabrir a linha, adopte medidas de observação especiais e actue em conformidade nas trincheiras e aterros nas zonas que considere mais críticas. Recomendou ainda estudos para a instalação de sistemas de detecção de aluimentos de terras e pedras que possam representar risco para a circulação de comboios.

Estas recomendações sossegam José Silvano, pois os sistemas que já estão em uso noutras linhas \"podem ser instalados também na do Tua sem grandes custos\". Deste modo, o autarca não vê razões para que possam ser apontadas \"razões económicas\" para o encerramento da via, salientando que \"estão reunidas as condições para que as obras de reparação comecem o mais breve possível\".

O pior, nota, é \"se o Governo decidir que é preciso consolidar todo o vale (12 quilómetros)\". Se assim for, os custos poderão disparar, e, aí, sim, teme Silvano, \"poderá encontrar uma justificação para o encerramento definitivo\".



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