O solar Alpoim, um dos poucos testemunhos arquitectónicos que restam da época da passagem de Macedo de Cavaleiros a sede de concelho, viu finalmente terminadas as operações de recuperação. A obra foi adjudicada há cerca de dois anos por 80 mil contos e, devido às acções de âmbito social que ali irão ser desenvolvidas, contou com o apoio do Fundo Social Europeu.

Após a cerimónia de inauguração, o presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, Luís Vaz, regozijou-se com o facto da concretização desta obra corresponder a "uma aspiração muito antiga do município, a de dispor de um espaço de qualidade para desenvolver actividades de índole social e cultural ".

De acordo com o autarca, a ideia começou a ganhar forma em 1997, quando a autarquia elaborou uma candidatura ao programa Integrar, e, através da medida 1, conseguiu levar a cabo o Projecto Esteva - Espaço de Socialização, Transição e Enquadramento na Vida Activa. Contudo, a falta de instalações para "o vasto trabalho na área social que tem sido levado à prática" desde então, no âmbito deste projecto, sobretudo através da "realização de acções de formação e de prevenção de processos e mecanismos de pobreza e exclusão social", levou o município a recorrer à Medida 5 do mesmo programa, que tem como finalidade facilitar a criação de determinadas infra-estruturas. Procedeu-se assim a uma candidatura que possibilitasse a recuperação do solar Alpoim, para depois se instalar aí todo um conjunto de actividades enquadradas no Projecto Esteva. No entanto, a aprovação da obra só foi conseguida em 1999, o que fez com que esta tivesse sido iniciada apenas nos primeiros meses de 2000.

Com a inauguração, no passado sábado, do Espaço Esteva, passam a funcionar no mesmo edifício "projectos e serviços dirigidos a grupos distintos, com objectivos específicos, resultando numa articulação integral das intervenções".

Na cerimónia de inauguração, o ministro do Trabalho e da Solidariedade, Paulo Pedroso, abordou esta intervenção como "pioneira" e " um exemplo a seguir, em virtude de ter sido o primeiro concelho do país a aderir a este tipo de iniciativa". O ministro elogiou ainda "a escolha da localização central das instalações, a qualidade da obra e o bom gosto do espaço". No final, o membro do Governo desejou que "as excelentes condições criadas tenham correspondência na prestação de bons serviços à comunidade ".

No edifício ficam instalados a ecoteca, a ludoteca, as oficinas ocupacionais e o projecto Figo. A primeira é "um espaço de informação e de educação ambiental" que se destina "a todos os cidadãos, mas privilegia o público escolar, promovendo e apoiando projectos curriculares e desenvolvendo acções de sensibilização". A ludoteca é "um ponto de encontro para crianças e jovens, amadores e profissionais, de vários domínios da educação e de animação". Já as oficinas ocupacionais são uma iniciativa do projecto Giesta, e em que se procura "ocupar os tempos livres de indivíduos portadores de deficiência nas áreas da informática e das artes plásticas, dando-lhes competência a nível pessoal e, sempre que possível, a nível profissional". Por último, o projecto Figo "centra as suas finalidades na revitalização dos modos tradicionais da produção artesanal, articulando os diferentes tipos de saber e conjugando-os com novas técnicas". No âmbito deste projecto irão decorrer cursos de tanoaria, calcetaria, ecoturismo, turismo e animação sócio-cultural .



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