A eurodeputada socialista Elisa Ferreira defendeu, ontem, em Vila Real, uma «Unidade de Missão do Douro forte e com capacidade de mobilização e conciliação» das várias políticas ministeriais e dos interesses sectoriais.
Perante uma plateia constituída por cerca de uma centena de autarcas, técnicos, catedráticos, ambientalistas e empresários da região, a antiga ministra do Ambiente e do Planeamento lembrou que \\"o Douro só pode existir politicamente se tiver uma voz única\\".
Por isso, exortou os actores regionais - autarquias, entidades públicas, instituições, empresas e investidores - a conseguirem \\"um ponto de encontro entre as prioridades de cada ministério, de cada sector\\".
Elisa Ferreira, que também já foi presidente da Comissão Executiva da Operação Integrada de Desenvolvimento do Vale do Ave (uma espécie de \\"unidade de missão\\" daquela região), lembrou, ainda, que \\"o Douro é uma região sensível sob diversos aspectos por ser uma área classificada como património mundial, por ser periférica e pelos indicadores socioeconómicos, de de-senvolvimento, rendimento per-capita, educação, entre outros, com indíces muito baixos\\".
Na sua opinião, esta sensibilidade torna a região \\"mais vulnerável aos impactos negativos de uma administração excessivamente centralizada\\".
Por isso, defendeu \\"uma política nacional forte para o Douro\\", pedindo que, \\"depois de tantos diagnósticos, se desça aos pormenores e se comecem a concretizar ideias e projectos\\".
O debate, bastante participado, acabou por traduzir-se na reflexão que a oradora pretende que seja feita aos mais diversos níveis, sobre como é possível ao Douro, com todo o potencial afirmado (por exemplo, o vinho) e ainda por afirmar (como o turismo), reter riqueza para a sua envolvente, bem como para a sua população.
Outro dos pontos de reflexão prendeu-se com \\"a necessidade e a forma de organizar uma voz e uma política no Douro que encontre uma agenda única\\".