O presidente da Federação do PS de Bragança, Mota Andrade, considera que a construção da auto-estrada A4, entre Amarante e Bragança, poderá não ser a salvação anunciada para a cidade. O deputado afirmou que a nova via poderá facilitar aos transmontanos deslocações mais rápidas para o litoral e para os centros de maior atractivamente económica.
Durante um jantar/debate com a comunicação social, realizado anteontem, Mota Andrade disse que a cidade precisa de preparar-se e criar condições para enfrentar o novo desafio, o que passará pela animação, investimento e criação de postos de trabalho com a fixação de empresas. O deputado salvaguardou a posição do Governo, que lançou a A4 no dia 24 de Novembro, referindo que a região beneficiará com o IC5 e o IP2.
Mota Andrade acusou o actual Executivo da Câmara de Bragança, eleito pelo PSD, de não estar a trabalhar para captar investimento, considerando \"gravíssimo\" que nos últimos 10 anos se tenha mais do que duplicado a área urbanizável da cidade e se mantenha a mesma zona industrial, onde, segundo diz, já não haverá um único lote de terreno disponível para venda, o que sobrevalorizou os preços dos pavilhões lá instalados.
A falta de terrenos tem originado, para o deputado, a perda de investimentos nos últimos tempos. Em causa estará a instalação de uma agro-indústria, uma empresa metalomecânica espanhola, e uma empresa italiana ligada à transformação da castanha. O presidente da Câmara, Jorge Nunes, rebateu as acusações e garantiu que o processo de negociação com as empresas está em curso.
Alvo das críticas socialistas foi o Pólo Industrial de Mós, a 15 quilómetros de Bragança, uma das mais recentes apostas do município. \"Não é atractivo para as empresas\", disse. Jorge Nunes afiançou ainda que a actual Zona Industrial das Cantarias dispõe de alguns lotes de terreno para venda e que o pólo de Mós tem \"muito boa procura\".