Deputados do PSD e PS eleitos por Vila Real disseram que a Unidade Local de Saúde do Alto Tâmega, anunciada hoje pela ministra da Saúde, é uma aspiração antiga da região que trará ganhos para a população.

“Ficou o compromisso da senhora ministra em criar a ULS do Alto Tâmega, o que vem ao encontro daquilo que são as nossas pretensões, que são as pretensões dos autarcas da região e da população”, afirmou à agência Lusa Fátima Correia Pinto, deputada socialista eleita pelo círculo de Vila Real.

Hoje no parlamento, na audição conjunta das comissões parlamentares do Orçamento e Finanças e da Saúde a propósito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2025, que se prolongou por mais de seis horas, a ministra Ana Paula Martins admitiu a criação de uma ULS no Alto Tâmega, centrada no Hospital de Chaves, adiantando que este não será um processo simples e que demorará algum tempo.

Este território está atualmente inserido na ULS de Trás-os-Montes e Alto Douro, que entrou em funcionamento a 01 de janeiro, agregando o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (hospitais de Vila Real, Chaves e Lamego) e os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) do Douro Norte, Douro Sul e Alto Tâmega e Barroso, com uma área de influência de 22 concelhos.

“Com mais autonomia, com uma gestão própria, poderá ter outras ferramentas, nomeadamente a questão dos recursos humanos e na atratividade de recursos humanos para esta região, o que tem sido uma das maiores dificuldades e desafios que se têm enfrentado”, referiu ainda Fátima Correia Pinto.

A deputada apontou para o “grande investimento em infraestruturas” de que foi alvo o Hospital de Chaves, mas salientou que esta unidade “tem uma grande carência de recursos humanos” e exemplificou que o internamento pediátrico está encerrado há cerca de um ano por alegada falta de médicos e que a urgência pediátrica também só funciona em horário diurno (fecha à noite ao fim de semana).

Referiu ainda que a unidade de cuidados intermédios está concluída e equipada, mas não entra em funcionamento também por alegada falta de médicos.

“Com uma maior autonomia, a ULS poderá definir a sua estratégia e criar ferramentas de atração de médicos e de outros recursos humanos necessários para a o funcionamento do hospital e dos cuidados primários”, afirmou.

O deputado social-democrata Amílcar Almeida, também eleito por Vila Real, realçou que ULS é uma aspiração antiga que trará ganhos em saúde para a população do Alto Tâmega, que abrange os concelhos de Boticas, Chaves, Valpaços, Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena.

“É uma forma de criar mais atratividade, fixar médicos no território e proporcionar um maior e melhor acesso aos serviços de saúde por parte da nossa população”, frisou, justificando a necessidade de criar esta ULS com a população extremamente envelhecida e com a elevada taxa de mortalidade, entre outros.

Amílcar Almeida disse ainda acreditar que, com esta separação, os utentes do ULS de Trás-os-Montes e Alto também sairão beneficiados, já que diminuirá a pressão sobre aquela estrutura que tem sede em Vila Real.

“Não nos revíamos no modelo desenhado pelo PS, pelo Governo anterior, que não trouxe qualquer benefício no acesso aos cuidados de saúde para a população do Alto Tâmega, pelo contrário”, salientou.



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